Economia Brasília

Concentração cai, mas cinco maiores bancos ainda detêm 83,7% do mercado de crédito

Segundo o Banco Central, a competição bancária está aumentando
Estatísticas de concentração bancária mostram trajetória de queda Foto: Aloisio Maurício / Agência O Globo
Estatísticas de concentração bancária mostram trajetória de queda Foto: Aloisio Maurício / Agência O Globo

BRASÍLIA — Os cinco maiores bancos comerciais do país concentraram 83,7% do mercado de crédito no fim de 2019. A estatística foi divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC) no Relatório de Economia Bancária.

A estatística está em uma trajetória de queda, com duas reduções consecutivas. Em 2017, a concentração era de 85,8%, que caiu para 84,8% no ano seguinte, com nova queda este ano. Segundo o BC, esse ponto sinaliza um aumento na competição bancária.

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“Os indicadores de concorrência mantiveram a tendência iniciada em meados de 2017, sinalizando um ambiente de aumento da competição bancária e redução de custos de crédito e de outros serviços financeiros”.

Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Santander também fecharam o ano representando 83,4% dos depósitos totais em bancos comerciais. Essa estatística também tem trajetória de queda, caindo de 85% em 2017, para 83,8%, no ano seguinte.

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Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Regulação, João Manoel Pinho de Mello, é possível ter uma concentração bancária alta e muita competitiva ao mesmo tempo.

— O relevante para determinação da taxa de juros, acesso ao crédito, bem estar social dos tomadores de crédito é o grau de competição. É perfeitamente possível ter um sistema bancário razoavelmente concentrado e muito competitivo.

Bancos públicos

Os bancos públicos seguem sendo os principais agentes de crédito para pessoas físicas, mas vêm reduzindo sua participação ano após ano. Em 2019, a Caixa e o Banco do Brasil representavam, respectativamente, 27,5% e 18% do mercado. Uma redução na comparação com o ano anterior, quando a Caixa tinha 29,5% e a o Banco do Brasil, 18,7%.

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"Essa queda na participação teve como contrapartida o aumento nas fatias de todos os outros participantes elencados na tabela, à exceção dos bancos de desenvolvimento", aponta o documento.

Para pessoas jurídicas, o fenômeno é parecido. Enquanto o BNDES e o Banco do Brasil, que lideram o mercado caíram de 38,2% em 2018 para 33,5 em 2019, o Bradesco e o Itaú aumentaram sua participação de 21,5% para 23,5% no mesmo período.