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Economia Coronavírus

Coronavírus e queda do petróleo podem levar Petrobras a adiar venda de refinarias, diz fonte

Redução do valor dos ativos e dificuldade de deslocamentos de executivos vão ser avaliadas

Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), é uma das oito colocadas à venda pela Petrobras
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Hans von Manteuffel
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O Globo
Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), é uma das oito colocadas à venda pela Petrobras Foto: Hans von Manteuffel / O Globo

RIO- Os preços baixos do petróleo no mercado internacional , aliado ao agravamento da epidemia do coronavírus , podem levar a Petrobras a adiar a venda das oito refinarias previstas para este ano.

A avaliação é de uma fonte próxima às negociações, que avalia que estendendo-se por mais alguns meses a queda de braço entre Moscou e Riad,  além da natural  redução do valor dos ativos da companhia, o andamento das negociações sofreria com a restrição de deslocamento de executivos de empresas estrangeiras.

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Por enquanto, diz a fonte, está mantido o prazo de entrega das propostas vinculantes para as quatro primeiras refinarias para o próximo mês de abril, e das outras quatro para maio.

- Se os preços do petróleo se mantiverem em patamares baixos,  as propostas vão  vir obviamente mais baixas  e a Petrobras vai ter que avaliar se vende neste  momento ou se atrasa  a negociação.

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A outra dúvida é em relação a propagação do coronavírus, se o cenário se mantiver nos próximos meses, como vão conseguir fazer as negociações, com as  limitação de deslocamento de executivos do exterior? – ressalta a fonte.

A entrega das propostas vinculantes para as quatro primeiras refinarias estava inicialmente prevista para o início deste mês, mas já havia sido postergado para abril,  antes mesmo da atual crise internacional de preços e do agravamento da epidemia, a pedido dos interessados.

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A Petrobras só deve bater o martelo sobre uma nova mudança de data após receber as propostas e avaliar o valor das ofertas, diz uma pessoa próxima ao tema. A oferta das oito refinarias é um dos principais projetos de venda de ativos da companhia para a redução de sua dívida.

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As propostas vinculantes a serem entregues em abril são para   Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco, Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul — incluindo seus ativos logísticos locais. Essas quatro refinarias  têm uma capacidade, somadas, de 950 mil barris por dia, cerca de 45% da capacidade total de refino do país.

Circula no mercado que entre os principais grupos interessados estariam a chinesa Sinopec, o fundo de investimentos  Mubadala Investment, de Abu Dhabi,  e os grupos brasileiros Cosan e Raízen.

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Na segunda fase, estão em ofertas a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; a Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará; e Unidade de Industrialização do Xisto (Six) no Paraná.