BRASÍLIA – O secretário especial da Fazenda, Bruno Funchal, admitiu que a crise hídrica é um risco para a retomada da economia brasileira e pode pressionar a inflação.
A afirmação foi feita durante sessão da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado nesta segunda-feira. Ele comentava a relação entre economia e vacinação.
Bento Albuquerque: 'Não há risco de racionamento. Tudo indica que temos o controle da situação'
Para Funchal, o crescimento econômico, a melhora fiscal e o avanço da vacinação estão intimamente conectados:
— A crise hídrica é um risco, e a gente não pode ignorar isso. É um risco que pode trazer repercussão na reaceleração da economia e na inflação. Bandeiras vermelhas podem impactar na inflação.
'Crise é decorrente das mudanças climáticas', diz ministro
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, apontou as mudanças climáticas, descritas por cientistas como consequências do efeito estufa, como a causa da estiagem no Centro-Sul do Brasil, que reduziu o nível dos reservatórios nas hidrelétricas.
- A crise hidrológica é decorrente das mudanças climáticas. Nossa matriz tem uma diversidade e comolementaridade muito grande. Nós temos que buscar o equilíbrio, dentro dessa complementaridade - afirmou o ministro, ao encerrar sua participação no Fórum de Investimentos Brasil 2021.
Pior seca em 91 anos
O país está enfrentando a pior seca nas hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste em 91 anos, e o governo já se prepara para tomar medidas que garantam o suprimento de energia, como um leilão extra para contratação de termelétricas que não fazem parte do sistema de fornecimento de energia elétrica do país.
O objetivo é garantir o suprimento de eletricidade e afastar qualquer risco de racionamento no segundo semestre. São estudadas medidas de restrição à navegação por hidrovias e o uso de água para irrigação, para preservar os reservatórios.
Na última semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu aplicar a bandeira tarifária vermelha no segundo patamar, a mais alta desse mecanismo. Isso significa uma cobrança adicional de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Espaço apertado para estender auxílio
Questionado sobre possibilidade de ampliar os recursos para o auxílio emergencial, Funchal ressaltou que o tamanho do pacote para este ano – com valor já aprovado de R$ 44 bilhões – corresponde ao que o governo pode gastar.
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— (Os recursos para o auxílio emergencial) podem ser insuficientes, mas é aquilo que é possível, é o máximo que a gente consegue fazer nesse momento. Ano passado, o gasto foi muito grande, eu acho que 10% do PIB. Esse ano não existe esse espaço pra fazer esse gasto – afirmou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, vem afirmando que há possibilidade de estender o auxílio emergencial, caso essa seja uma necessidade imposta pela pandemia.