RIO - O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira que a
bandeira tarifária vai aumentar
. Especialistas estimam que o valor cobrado a cada 100 hwz consumidos, aumentando o valor final da conta de luz, pode mais do que dobrar.
Clarice Ferraz, diretora do Instituto Ilumina, diz, com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que o preço do maior patamar da bandeira vermelha, o dois, deveria passar dos atuais R$ 9,49 para R$ 25.
— Como esse valor é muito elevado, está se falando em um aumento que faça a bandeira alcançar entre R$15 e R$20 — explica Clarice.
Segundo Eduardo Faria, responsável pelas áreas de regulação da Mercurio Trading, o valor a ser definido para o patamar 2 da bandeira vermelha deve durar, ao menos, até dezembro:
- O valor vai depender dos custos adicionais com a maior geração térmica e encargos, além dos custos das distribuidoras que já foram cobertos com a bandeira vermelha vigente.
Seca no lago da hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais, expõe pequenas enseadas, ilhotas e até compromete a navegação Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
O nível dos reservatórios do centro-sul do país já estão em níveis mais baixos que os que levaram à crise que levou ao racionamento de energia em 2001 Foto: Agência O Globo ▲
Hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais. Especialistas do setor dizem que se não houver redução do consumo a partir de outubro podem acontecer desligamentos pontuais Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
Barragem da hidreletrica de Furnas, MG, chegou a 18% de sua capacidade. Brasil vive sua pior crise hídrica em nove décadas Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto que determina a redução do consumo de energia elétrica em todos os órgãos públicos federais entre 10% a 20% Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
Barragem está localizada no curso médio do rio Grande, no trecho denominado "Corredeiras das Furnas", entre os municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória, em Minas Gerais Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
Seca no lago expõe pequenas enseadas e ilhotas Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
Baixo nível de represas preocupa especialistas Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
Com o baixo nível da represa pequenas ilhas de terra começaram a surgir no meio da represa Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
O Rio Grande faz parte do sistema de águas para gerar energia na Usina Hidrelétrica de Furnas Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
País terá de usar os estoques hídricos armazenados nas usinas para tentar evitar apagão e racionamento de energia neste ano Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
Governo estuda medidas para redução do consumo de energia elétrica para evitar um apagão. Foto: Joel Silva / Agência O Globo ▲
Mas os especialistas dizem, por outro lado, que as medidas de estímulo do governo para ajudar na
redução do consumo
podem trazer reflexos apenas a médio e longo prazos.
- A redução do consumo pode ajudar a reduzir o impacto sobre a conta das bandeiras tarifárias a médio prazo, pois reduziria a necessidade do uso das usinas térmicas e das importações de energia. Por enquanto, não traz alívio tarifário, pois estamos trabalhando com gestão de déficit de energia - explica Clarice.
Lavinia Hollanda, analista da Escopo Energia, explica que a bandeira tarifária é um mecanismo para sinalizar que a situação hídrica está ruim e que está sendo necessário acionar as usinas térmicas.
- As térmicas ficarão ligadas por algum tempo ainda, ao menos até o fim do ano. Depois vai depender do período úmido - diz ela, sem precisar o quanto pode subir o patamar 2 da bandeira vermelha.
Para economizar, ligue o aparelho apenas quando for dormir e desligue logo ao acordar. Uma opção é usar a função sleep, disponível em alguns modelos. Outro cuidado é manter o ar-condicionado em temperatura adequada. Especialistas recomendam 23ºC. Não é preciso colocar temperatura muito baixa, para não gastar muita energia. Foto: Pixabay ▲
Em uma família com quatro pessoas, o uso do chuveiro elétrico corresponde a cerca de 25% da conta de luz. Para economizar, evite banhos muito longos e dê preferência a usar o chuveiro no modo verão, que economiza até 30% de energia Foto: Pixabay ▲
Quando a porta fica muito tempo aberta, o motor funcionará mais, gastando mais energia. É importante também manter a borracha de vedação da porta da geladeira em bom estado. Ao viajar, uma opção é esvaziar a geladeira e desligá-la da tomada. Foto: Pixabay ▲
A substituição de lâmpadas incandescentes pelas de LED pode gerar uma redução de 75% a 85% no consumo de energia. Além disso, essas lâmpadas duram mais. Em relação às lâmpadas fluorescentes, a economia é de cerca de 40% Foto: Pixabay ▲
Dê preferência a lavar uma grande quantidade de roupas, para economizar água e energia. Evite colocar muito sabão, para não ter de enxaguar duas vezes. Na hora de passar, a melhor opção é juntar roupas e passar uma grande quantidade de uma vez. Desligue o ferro quando for interromper o serviço. Use a temperatura indicada para cada tipo de tecido e comece pelas roupas mais leves. Foto: Pixabay ▲
O uso do ventilador de teto durante 8 horas por dia gera um gasto de apenas R$ 18 por mês. Mesmo assim, é importante evitar deixar o aparelho ligado quando não houver ninguém no cômodo. Na hora de comprar, lembre-se que quanto maior o diâmetro das hélices, maior o consumo de energia. Foto: Pixabay ▲
No caso dos eletrônicos, a recomendação é desligar o televisor e os videogames quando ninguém tiver usando. Retirar os aparelhos da tomada também ajuda a poupar energia. Foto: Arquivo ▲
Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ, lembra que no curto prazo os preços vão subir porque as usinas térmicas mais caras estão funcionando a pleno vapor.