Economia Defesa do Consumidor

Eleições e Copa do Mundo, os alvos dos golpes na internet em 2022. Saiba como se proteger

Eventos servirão de isca para fraudes. QR Codes e criptomoedas também exigem atenção
Eventos como eleições e Copa do Mundo servem de isca para fraudes Foto: Arte O Globo
Eventos como eleições e Copa do Mundo servem de isca para fraudes Foto: Arte O Globo

RIO -  O ano de 2021 foi marcado por grandes vazamentos de dados e golpes que usaram essas informações para fazer vítimas. Para 2022, especialistas em segurança da informação avaliam que as fraudes tendem a se tornar ainda mais sofisticadas.

E listam pontos de atenção: grandes eventos, como Copa do Mundo e eleições, abrem pretextos para tentativas de golpes. Novos meios de pagamento, como Pix e criptomoedas, também poderão estar na mira dos criminosos.

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— O cibercrime está em constante evolução. Por isso, nem as empresas nem os consumidores podem baixar a guarda. Notamos que os ciberataques passaram de simples e massivos para mais complexos e direcionados, o que sugere que os cibercriminosos estão aperfeiçoando suas táticas — afirma Dmitry Bestuzhev, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.

Em 2021, o estelionato foi o principal golpe em números de tentativas, segundo Emilio Simoni, executivo-chefe da PSafe. Nesta categoria estão incluídas as técnicas de phishing, ou seja, o uso de mensagens atraentes para levar consumidores a clicarem em links maliciosos ou fornecer informações pessoais.

Além disso, ganharam destaque no ano as falsas premiações e os golpes bancários.

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— Os golpes de phishing devem continuar crescendo, além dos ataques ransomware (que criam bloqueio a dados e exigem resgate para o acesso). Vale lembrar que neste ano teremos eleições e Copa do Mundo, e os golpistas tendem a utilizar temas em alta para praticarem seus crimes virtuais — alerta Simoni.

Perdas com criptomoedas

Outra tendência para este ano são os golpes envolvendo criptomoedas. Em novembro, investidores no mundo todo perderam cerca de US$ 2,1 milhões após aplicarem seus recursos em uma moeda digital inspirada na série Round 6 do Netflix (ou Squid Game, no título internacional).

O site da moeda saiu do ar depois que o ativo se valorizou mais de 300.000% , e os investidores não conseguiram resgatar o dinheiro.

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— A ideia nesse tipo de golpe é justamente acessar a carteira do usuário e extrair esse valor de lá — explica Fabio Assolini, analista sênior de Segurança da Kaspersky.

Para que o consumidor se proteja, a principal recomendação dos especialistas é desconfiar sempre de tudo que parecer bom demais para ser verdade. Isso vale tanto para promoções, quanto promessas de investimento com alto retorno financeiro e até mesmo ofertas de emprego.

— Evite clicar em links de fontes desconhecidas, especialmente os compartilhados via aplicativos de mensagem e redes sociais. Na dúvida, procure os sites oficiais das marcas — orienta Simoni.

Ataques hackers marcaram o ano da cibersegurança no Brasil; relembre os principais Foto: KACPER PEMPEL / Reuters
Ataques hackers marcaram o ano da cibersegurança no Brasil; relembre os principais Foto: KACPER PEMPEL / Reuters

Veja os cinco principais golpes

Eleições e Copa do Mundo

Criminosos costumam se utilizar de datas comemorativas e eventos especiais para captar a atenção das vítimas. Para o próximo ano, empresas de segurança da informação acreditam que haverá tentativas de usar as eleições presidenciais e a Copa do Mundo para aplicar novos golpes.

Pagamentos com QR Code

O lançamento do Pix, no fim de 2020, deu início à popularização dos pagamentos por QR Code, que funciona como uma espécie de código de barras. A Kaspersky acredita que a facilidade que essa tecnologia oferece poderá ser aproveitada pelos criminosos para direcionar as vítimas a sites maliciosos.

Criptomoedas no radar dos golpistas

Com a desvalorização do real e das ações da Bolsa brasileira, muitos investidores, inclusive os mais inexperientes, têm buscado diversificar suas aplicações com as moedas digitais. Mas há casos em que os criadores da criptomoeda somem após captarem os recursos, deixando investidores no prejuízo.

Ransomware: o sequestro de dados

Esse golpe consiste em criptografar informações sensíveis de uma empresa e cobrar uma espécie de resgate. O crime costuma se popularizar em países com leis de proteção de dados, como o Brasil, que impõem sanções para empresas que têm informações de clientes vazadas.

Informações pessoais

O ano de 2021 foi marcado por vazamentos de dados pessoais de brasileiros. A Kaspersky acredita que os criminosos continuarão buscando acessar informações dos cidadãos para conseguir aplicar golpes cada vez mais precisos e sofisticados. Atenção antes de clicar em qualquer link, pode ser armadilha.