Defesa do Consumidor
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Por Bloomberg — Nova York

A Tesla, fabricante de carros elétricos do bilionário Elon Musk, anunciou nesta quarta-feira um recall que abrange mais de dois milhões de veículos, depois que o principal órgão regulador de segurança automotiva dos Estados Unidos avaliou que seu sistema de direção autônoma, o Autopilot, não consegue evitar "usos indevidos previsíveis" pelos motoristas e poderia aumentar o risco de acidente.

Este é o segundo recall deste ano envolvendo os sistemas de direção automatizada da Tesla, que passaram por um escrutínio crescente após centenas de acidentes - alguns dos quais resultaram em mortes.

A medida é o resultado de uma investigação realizada durante anos pela Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário (NHTSA, na sigla em inglês). Um dos foco da investigação era descobrir se o motorista que usa o carro com direção autônoma se mantém atento ao trânsito quando o sistema está em uso. Ou seja, se há engajamento dos motoristas.

De acordo com o porta-voz da agência, os controles do sistema da Tesla para manter os motoristas engajados são inadequados.

"A tecnologia automatizada é muito promissora para melhorar a segurança, mas somente quando é implantada de forma responsável", disse a NHTSA em nota.

Embora o CEO Elon Musk tenha previsto há anos que a montadora está prestes a oferecer autonomia total, tanto o Autopilot quanto os recursos beta que a Tesla comercializa como Full Self-Driving exigem que um motorista totalmente atento mantenha as mãos no volante.

No comunicado de recall, a Tesla disse que espera começar a implantar uma solução de software para incorporar controles adicionais ao seu sistema nos próximos dias.

Após o anúncio, as ações da montadora caíram até 1,5%, para US$ 233,40, antes do início do pregão.

Sistema é alvo de investigações

O Autopilot é padrão em todos os novos carros da Tesla. Ele usa câmeras para combinar a velocidade do veículo com o tráfego ao redor e auxilia os motoristas a dirigirem dentro de faixas claramente marcadas.

Desde o fim de 2016, a Tesla comercializa uma funcionalidade de nível superior que chama de Full Self-Driving. Esse conjunto de recursos foi recolhido em fevereiro, depois que a NHTSA levantou preocupações sobre carros que usavam o sistema viajando excedendo os limites de velocidade e não parando completamente.

A agência reguladora conduziu pela primeira vez uma investigação sobre falhas no Autopilot após um acidente fatal em 2016, e liberou o sistema no início do ano seguinte. Duas outras investigações em curso - iniciadas em agosto de 2021 e fevereiro de 2022 - foram abertas após carros da Tesla terem colidido com veículos de primeiros socorros e terem freado repentinamente em rodovias.

A agência abriu mais de 50 investigações especiais sobre acidentes envolvendo carros da Tesla e que são suspeitos de estarem relacionados ao sistema Autopilot.

Os órgãos reguladores que estão examinando os sistemas de direção automatizada da Tesla vão além da NHTSA. A empresa divulgou em janeiro que havia recebido solicitações de documentos do Departamento de Justiça relacionadas ao Autopilot e ao Full Self-Driving.

A Bloomberg também informou naquele mês que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, estava investigando o papel de Musk na formação das alegações de direção autônoma da empresa.

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