Janeiro é o mês em que motoristas são chamados a acertar as contas com os governos estaduais. O calendário do pagamento do IPVA 2024 já está disponível nos estados e, para quem conseguiu se organizar e guardar um dinheiro extra para pagar o tributo, sempre fica a dúvida: é melhor pagar à vista ou parcelar?
Parcelar ou cota única?
O GLOBO levantou os descontos e as regras de parcelamento em todos os 26 estados e o Distrito Federal e preparou a calculadora do IPVA. Clique abaixo e confira o que é mais vantajoso:
Para quem não se programou, o melhor é parcelar o IPVA
Os especialistas explicam que quem não tem os recursos disponíveis, não há dúvidas: o melhor é parcelar. Mesmo se sobrou um extra do fim do ano, pagar à vista nem sempre é vantajoso. Depende do desconto oferecido e, também, do prazo para o parcelamento.
É simples: o contribuinte pode investir o dinheiro que gastaria no pagamento à vista e ir sacando os recursos ao longo do ano para quitar as prestações do IPVA.
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Em São Paulo, por exemplo, o desconto é de 3% para pagar à vista. Outra opção é parcelar o valor em até cinco vezes. Assim, quem tem R$ 2 mil de IPVA para pagar, poderia quitar em prestações de R$ 400. Ou desembolsar à vista R$ 1.940, economizando R$ 60.
Se este contribuinte aplicar R$ 2 mil num investimento de renda fixa e for resgatando R$ 400 por mês para quitar as parcelas do IPVA, no final esse montante terá proporcionado um rendimento de apenas R$ 28 – ou seja, menos do que os R$ 60 economizados para quitar o tributo à vista.
Mas as contas variam em cada estado, por isso é útil consultar a calculadora do GLOBO.
Outros fatores a considerar ao pagar o IPVA 2024
Os especialistas orientam o contribuinte a levar em conta outros fatores além da matemática do desconto. Rafael Haddad, educador financeiro do C6 Bank, avalia que a cota única não é interessante para quem não tem uma reserva de emergência formada, ou seja, de três a seis salários guardados para uso em caso de imprevistos:
— Para pagar à vista, o ideal é que tenha uma situação financeira estabilizada e uma reserva de emergência formada. Caso contrário, se ocorrer algum imprevisto, você já usou o dinheiro que tinha em mãos para antecipar o pagamento (do IPVA) e pode ter que recorrer a um crédito emergencial.
E, mesmo com o desconto, pagar à vista, porém, não é uma boa ideia se o contribuinte tiver que pegar um empréstimo para isso, alerta Eduardo Alberto Edart, economista e especialista em investimentos do sistema Ailos. Isso porque os juros cobrados pela maioria dos financiamentos costumam ser maiores do que os descontos oferecidos pelos governos estaduais no pagamento do IPVA.