BRASÍLIA — O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que o Brasil deverá ter um prejuízo de R$ 100 milhões por dia com a demora da implementação da nova tecnologia 5G. Faria disse que o pedido de vista feito pelo conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Moisés Queiroz Moreira, nesta segunda-feira, foi "altamente inesperado".
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Faria destacou que o edital para o leilão, segundo ele previsto para acontecer no dia 14 de outubro, já havia sido aprovado pelos cinco conselheiros da agência e em um placar de sete ministros a favor e um contra no Tribunal de Contas da União (TCU).
Ele explicou que o prejuízo de R$ 100 milhões por dia tem como base uma estimativa de R$ 1,2 trilhão de investimentos no país nos próximos anos com o 5G, feita pela Universidade de Columbia. Por mês, o montante projetado é de R$ 2,8 bilhões.
— Foi um pedido de vista altamente inesperado. O conselheiro sabe da importância desse tema para o país. Desde que o TCU devolveu o processo para a Anatel, o Ministério das Comunicações se colocou à disposição para conversar com qualquer conselheiro, para que pudéssemos tirar qualquer dúvida ou responder a qualquer questionamento — afirmou o ministro.
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Faria disse que o 5G não é um projeto de governo, "pois todos nós somos passageiros, mas a entrega fica". Ele afirmou que conselheiro já foi procurado e fez um apelo para que os questionamentos sejam encaminhados o quanto antes do Ministério das Comunicações.
— Espero que as perguntas sejam pertinentes. Responderemos em 24 horas, pois sabemos da importância do leilão e não iremos perder o prazo. Não podemos perder essa oportunidade. O agro, a indústria, todos precisam do 5G. Hoje, há 40 milhões de brasileiros sem celular. Peço e clamo ao relator que envie [as perguntas] o mais rápido possível, para termos logo a votação do 5G — enfatizou.
De acordo com o ministro, todas as operadoras de telefonia estão prontas para o "day after" do leilão, ou seja, para começarem a implementar a nova rede no dia seguinte.
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Perguntado se haveria alguma motivação política, ou algum interesse econômico de determinada empresa contra o certame, Faria disse que não crê nesse tipo de possibilidade.
— Não acreditamos que alguém possa estar atendendo a operadora ou empresa de radiodifusão. Temos total confiança nos conselheiros — afirmou.
Ele disse que estão fora de questão temas referentes à criação de uma rede privativa de comunicação para o governo e à instalação de uma fibra óptica fluvial na região amazônica, duas obrigações previstas no edital. Isso porque são pontos que já foram aprovados pelo TCU.
— Não cabe mais nenhum tipo de questionamento a esse respeito — disse o ministro, acrescentando que o TCU pediu para antecipar a implementação do 5G no Brasil.
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Sobre a oferta de telefonia 5G por parte de operadoras do setor, o ministro alertou que são informações falsas, que confundem os consumidores. Faria afirmou que não existe o serviço no Brasil, à exceção de alguns projetos pilotos em fazendas.
— Quero reforçar que o 5G que está escrito no telefone celular tem velocidade menor do que o 4G. Já fiz vários apelos às operadoras.