HONG KONG - Um diamante raro de 101,38 quilates foi vendido nesta sexta-feira pela Sotheby’s por US$ 12,3 milhões para um comprador desconhecido. A pedra, em formato de pêra, atraiu curiosos, além de ricos dispostos a desembolsar milhões de dólares pela joia.
Isso porque o leilão, feito pela filial de Hong Kong da Sotheby’s, anunciou há alguns dias que aceitaria pagamento em bitcoin ou ether pela primeira vez. Mas o vencendor pagou em dinheiro convencional e um preço menor que o esperado, de US$ 15 milhões.
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O leilão foi transmitido ao vivo e atraiu cerca de uma dúzia de lances.
Menos de dez diamantes com peso superior a 100 quilates já foram vendidos no mundo. E apenas dois tinham o sofisticado formato de pêra.
No início da semana, a Sotheby’s disse que era o objeto físico mais caro já oferecido publicamente para compra com criptomoeda.
— Está havendo uma demanda crescente por pedras preciosas por jovens, nativos digitais, muitos deles da Ásia — diz Josh Pullan, diretor-gerente da divisão de luxo da Sotheby´s.
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As casas de leilão estão cada vez mais aceitando criptomoedas para pagamento. A Phillips ofereceu uma peça do artista de rua Banksy no mês passado por ether ou bitcoin. A Christie’s aceitou o pagamento em ether em março pela venda recorde de US$ 69,3 milhões do álbum “Everydays: the First 5,000 Days”, da Beeple.
George Bak, conselheiro e curador do Museu de Arte Contemporânea Digital da Suíça, que é especializado na tecnologia blockchain, afirma que muitos executivos das casas de leilões têm ficado surpreendidos com o interesse de colecionadores que preferem pagar com criptomoedas.
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— Muitas pessoas ficaram ricas rapidamente com a volatilidade do mercado de criptomoedas nos últimos meses, então há um certo clima favorável para gastar. Para ser competitivo no mercado de obras de arte agora, é preciso aceitar pagamentos em criptomoedas. Isso faz você parecer mais atraente e inovador — afirma Bak.
Mas Bak não acredita que as criptomoedas vão superar os pagamentos por meios tradicionais:
— Esta realidade híbrida, na qual carteiras digitais convivem com obras de arte físicas, tem grande potencial. Mas estamos nos primeiros dias desse movimento, há uma grande curva de aprendizagem ainda.