Pacotes com notas de US$ 100. Foto: Scott Eells / Bloomberg

Dólar alto: veja como economizar e garantir sua viagem

Mudanças no roteiro e na acomodação ajudam a reduzir gastos

Pacotes com notas de US$ 100. - Scott Eells / Bloomberg

por Lucianne Carneiro

RIO - Em tempos de dólar perto dos R$ 4, muitos temem pela viagem internacional tão sonhada. Mas com um pouco de planejamento e flexibilidade é possível manter o sonho vivo e curtir alguns dias de diversão e quem sabe descanso. Mudanças no roteiro da viagem e no tipo de programação, além da acomodação escolhida, podem ajudar a reduzir os gastos e impedir o cancelamento das férias no exterior. Mesmo quem já costuma viajar de olho no orçamento sempre tem algo a aprender para economizar.

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Nem sempre dá para adotar todas as sugestões: tem quem não consiga fugir da alta temporada, mas pode optar por incluir mais passeios gratuitos no roteiro e evitar deslocamentos entre cidades, por exemplo.

Confira a seguir algumas dicas e escolha aquelas que mais se adequam ao seu projeto de viagem:

Data da viagem

Fila de turistas para comprar ingressos para a Torre Eiffel - Thomas Coex/07-06-2013 / AFP

É a famosa lei da oferta e da procura: quando tem mais gente em busca de um produto ou serviço, os preços sobem. E é exatamente isso que acontece na alta temporada, principalmente nos meses de janeiro e julho. Na
Europa e nos Estados Unidos, o período inclui ainda o mês de agosto. Viajar nessas épocas significa pagar passagens mais caras, acomodação mais cara e encontrar lugares mais cheios. Nem todo mundo pode fugir dessas datas, seja por causa das férias escolares dos filhos ou de compromissos profissionais. Quem consegue, no entanto, tende a gastar bem menos.

Destino

Morro Santa Lucia, em Santiago, com vista para a Cordilheira dos Andes. - Custódio Coimbra/30-06-2008 / Agência O Globo

Quem ainda não comprou passagens nem fez reservas ainda tem tempo de rever o destino. Estados Unidos e Europa são escolhas em geral mais caras. Destinos na América do Sul - como Argentina, Chile, Peru e Colômbia - tendem a ter custo menor nos diferentes gastos que compõem uma viagem: passagem, acomodação, passeios e alimentação.

Se a passagem já está comprada ou o destino é sonhado há muito tempo, ainda assim não é motivo para desespero: há como rever a programação e gastos como hospedagem e alimentação. Veja a seguir.

Roteiro

Estação de trem de Gare du Nord, em Paris. Custo de deslocamentos entre cidades pode pesar em viagens. - Joel Saget / AFP

A chamada síndrome do "já que" pode pesar numa viagem. "Já que vamos para a Disney, vamos esticar em Nova York. Já que vamos para Paris, vamos dar um pulinho em Londres. Já que vamos para Cartagena, vamos aproveitar para conhecer San Andrés". Quanto mais cidades são incluídas no roteiro, maior será o número de deslocamentos necessários, seja de avião, trem, carro ou ônibus. E esses deslocamentos trazem um custo extra, que muitas vezes pesam no bolso. Ainda mais se alguns deles são resolvidos na última hora, quando os preços sobem.

Além disso, se o viajante fica mais dias numa mesma cidade pode aproveitar com calma o destino - sem precisar recorrer a excursões para resolver tudo com pressa nem ao táxi para chegar a tempo de pegar um museu aberto.

Programação

Central Park, em Nova York. Parques são opções de passeios gratuitos que ajudam a reduzir o orçamento da viagem. - Carolina Mazzi / Agência O Globo

Um mesmo destino pode comportar viagens de diferentes orçamentos, dependendo dos programas que forem incluídos no roteiro. Locais turísticos costumam ser caros - do bondinho do Pão de Açúcar, no Rio, à Torre Eiffel, em Paris, e ao mirante Sky Costanera, em Santiago. Uma dica importante para controlar os gastos de viagem é intercalar programas mais caros com outros gratuitos.

Parques são uma opção para aproveitar o dia e podem ser usados para fazer piqueniques. Muitos museus têm entrada gratuita ou horários específicos em que o ingresso não é cobrado. Caminhar sem destino pelas ruas - o famoso flanar - também não custa dinheiro e garante conhecer a cidade de perto, atento aos pequenos detalhes.

Acomodação

Sala de apartamento para alugar em Tóquio, no Japão. Plataformas de aluguel como o Airbnb são opções para economizar na hospedagem. - TOSHIFUMI KITAMURA / AFP

A hospedagem é, ao lado da passagem, um dos principais custos da viagem. E também onde mais se tem espaço para economizar. Sites de pesquisa de hotéis permitem cada vez ter acesso às diferentes opções, dos mais caros aos mais baratos. Eleja suas prioridades - localização, tamanho do quarto e se tem ou não café da manhã - e parta para a pesquisa. É possível cruzar, por exemplo, os hoteis mais bem avaliados em cada faixa de preço. Quem estava acostumado a ficar em hotéis quatro estrelas, pode exemplo, pode partir para um mais simples.

Os albergues mais cuidados e deixaram de ser opções exclusiva para os mais jovens. Além disso, plataformas de aluguel de apartamentos como o Airbnb revolucionaram o conceito de hospedagem em viagens. É possível não apenas encontrar uma diária mais barata que no hotel, como economizar com as refeições.

Alimentação

Gôndola de loja da Prêt a Manger, em Londres: redes de fast-food são boa alternativa para economizar com alimentação - Neil Hall / REUTERS

Quem viaja com o orçamento enxuto deve ficar atento aos gastos com alimentação. Um café da manhã na rua pode sair facilmente por US$ 10, o que pesa se somarmos os gastos de todos os dias de viagem. Os restaurantes perto de atrações turísticas são mais caros e nem sempre com qualidade. Escolha com cuidado os locais onde vai comer e procure redes de fast-food locais ou supermercados para lanches que compensem as refeições mais caras.

Compras

Outlet em Orlando, na Flórida: compras podem comprometer esforços para manter orçamento controlado em viagens. - Agência O Globo

As compras, especialmente aquelas por impulso, pode acabar com o orçamento controlado da sua viagem. Tente planejar antes se pretende fazer compras de maior montante na viagem - como eletrônicos ou vinhos mais caros, por exemplo. E estipule um limite diário para as compras por impulso. Se gastar mais num dia, precisara compensar no outro.