Economia

Dona da Louis Vuitton quer pagar menos pela Tiffany, dizem fontes

Acordo pendente de US$ 16 bi entre gigantes do mercado de luxo é afetado por agitação social nos EUA e pandemia
Clientes esperam para entrar em loja da Louis Vuitton em Paris. Foto: GONZALO FUENTES / REUTERS
Clientes esperam para entrar em loja da Louis Vuitton em Paris. Foto: GONZALO FUENTES / REUTERS

PARIS E NOVA YORK - O magnata Bernard Arnault, dono do grupo LVMH, fabricante de artigos de luxo, entre elas as famosas bolsas e malas da marca Louis Vuitton, está buscando maneiras de reabrir as negociações sobre a aquisição da cadeia de joias americana Tiffany & Co, por US$ 16,2 bilhões, em  meio à agitação social que toma conta dos EUA e à pandemia de coronavírus, que pesam no setor de varejo, disseram pessoas familiarizadas com o assunto nesta quarta-feira. A ideia é baixar o preço do negócio.

A LVMH concordou em adquirir a Tiffany em novembro, mas o acordo ainda não foi fechado. Arnault disse que, na época, aTiffany "prosperaria nos próximos séculos" sob a marca LVMH.

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Arnault está conversando com seus consultores esta semana para identificar estratégias para pressionar a Tiffany a baixar o preço previamente acordado de US$ 135 por ação, disseram as fontes. Ele avalia se pode argumentar que a empresa sediada em Nova York está violando suas obrigações sob o acordo de fusão, disseram as fontes.

A LVMH ainda não adotou uma estratégia para chegar a uma redução no valor da transação e não pediu à Tiffany para reabrir as negociações, segundo as pessoas. Não está claro se o fará e quais argumentos usaria.

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A Tiffany, por sua vez, não acredita que exista uma base legal para renegociar o acordo, disseram as fontes. Segundo elas,a empresa está em conformidade com os acertos financeiros sob o acordo de fusão com a LVMH, e espera continuar assim após ter declarado um dividendo trimestral duas semanas atrás.

As fontes pediram para não serem identificadas porque as deliberações, relatadas pela primeira vez na terça-feira pela publicação comercial de moda WWD, são confidenciais.

LVMH e Tiffany não responderam imediatamente aos pedidos de entrevista.

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Embora Arnault agora demonstre preocupação sobre pagar mais à Tiffany, ele ainda crê no acordo, segundo as fontes. A Tiffany dará à LVMH uma fatia maior do lucrativo mercado dos EUA e expandirá suas ofertas em joias, o setor que mais cresce na indústria de artigos de luxo.

Se a Tiffany rejeitar a oferta da LVMH de renegociar o acordo, a disputa poderá terminar num tribunal do estao americano de Delaware, disseram as fontes. Um fim acrimonioso do acordo tornaria mais difícil para a LVMH tentar adquirir a Tiffany outra vez no futuro, afirmaram.