Economia Emprego

Quer morar no exterior? A Alemanha planeja atrair 400 mil trabalhadores estrangeiros qualificados por ano

Governo alemão defende política moderna de imigração para compensar baixa no mercado de trabalho do país em razão do envelhecimento da população
Distrito financeiro de Frankfurt, na Alemanha: país pretende atrair 400 mil trabalhadores estrangeiros qualificados por ano Foto: Reuters
Distrito financeiro de Frankfurt, na Alemanha: país pretende atrair 400 mil trabalhadores estrangeiros qualificados por ano Foto: Reuters

BERLIM - O novo governo de coalizão da Alemanha planeja atrair 400 mil trabalhadores qualificados estrangeiros por ano para compensar o gargalo demográfico e as baixas no mercado de trabalho em setores-chaves que arriscam prejudicar a recuperação do país no pós-pandemia.

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"A redução no numero de trabalhadores qualificados se tornou tão séria agora que está desacelerando de forma dramática a nossa economia", disse Christian Duerr, líder parlamentar do Partido Democratas Livres (FDP), a revista WirtschaftsWoche.

E acrescentou: "Só podemos ter o problema do envelhecimento da força de trabalho sob controle com uma moderna política de imigração. Temos de alcançar a marca de 400 mil trabalhadores qualificados vindos de fora o mais rápido possível".

O governo de coalizão tripartite, liderado pelo chanceler social-democrata Olaf Scholz, e contando com o FDP e os Verdes, discute medidas como um sistema de pontos para especialistas vindos de países de fora da União Europeia, além de aumentar o valor do salário mínimo para 12 euros por hora como tornar o emprego na Alemanha mais atrativo.

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O Instituto Econômico Alemão, que atua em apoio aos empregadores, estima que a força de trabalho vai encolher em mais de 300 mil pessoas este ano, na medida em que há mais trabalhadores se aposentando do que jovens ingressando no mercado.

A previsão é que essa lacuna cresça para mais de 650 mil em 2029, levando a uma baixa acumulada de perto de cinco milhões de pessoas em idade de trabalhar em 2030. O número de alemãs empregados subiu para quase 45 milhões no ano passado, apesar da pandemia.

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Após décadas de baixas taxas de natalidade e de imigração incerta, o encolhimento da força de trabalho representa também uma bomba-relógio para o sistema previdenciário alemão, no qual menos empregados acabam sacrificados com a tarefa de financiar as pensões de uma massa crescente de aposentados e gozando de expectativa de vida mais longa.