Economia Emprego

Empregos com carteira assinada sobem pelo terceiro mês consecutivo em 2022

Dado do Caged apontam que apesar do saldo positivo, há tendência de desaceleração no mercado formal
Brasil gerou 136,1 mil empregos em março de 2022 Foto: Arquivo
Brasil gerou 136,1 mil empregos em março de 2022 Foto: Arquivo

BRASÍLIA – O mercado formal de trabalho registrou em março a geração líquida (admissão menos demissão) de 136.189 empregos, com resultado positivo pelo terceiro mês consecutivo em 2022. Apesar disso, o saldo representa queda de 11,23% em relação ao registrado em igual período do ano passado, que foi de 153.431.

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Apesar do desempenho do mercado de trabalho, os valor médio dos salários continua em queda, desde janeiro. Em março, ficou em R$ 1.872,07 ante R$ 1.910,89 em fevereiro. Para o Ministério, a queda é reflexo do aumento da inflação.

Entre janeiro e março, foram abertas 615.173  vagas com carteira assinada contra 805.161 no mesmo período de 2021 - redução de 23,59%. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nesta quinta-feira.

Mas o ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, afirmou que o saldo já se aproxima da meta de geração de empregos neste ano,  estipulada em 1 milhão:

—  Penso que temos que comemorar.

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Nos primeiros três meses do ano,  os empregos foram puxados pelo setor de serviços, com saldo positivo de 433.001. A indústria de transformação ficou em segundo lugar com 109.673, seguida pelo setor da construção civil, com 100.487 vagas. Já o comércio eliminou 54.121 postos.

O secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Bruno Dalcomo, disse queo setor de serviços, foi mais sacrificado pela pandemia que o comércio e estava com demanda reprimida.  Segundo ele, isso explica o saldo negativo no comércio:

- As pessoas estão demando serviços, turismo, eventos, festas, congressos e não produtos - afirmou Dalcomo.

Com exceção do trabalho doméstico, todos os segmentos do setor de serviços geraram empregos. O subsetor de alojamento e alimentação registrou saldo positivo de 7.061 postos em março. No mesmo período do ano, foram fechadas 38.629 vagas em hoteis e restaurantes.

Outro subsetor de serviços, arte, cultura, esporte e recreção gerou 1.160 postos no mês passado; no mesmo mês de 2021 havia eliminado 2.908.

O secretário explicou que a desaceleração na taxa de crescimento do emprego se deve à retomada da economia, com aumento das admissões e maior rotatividade no mercado de trabalho.

Ele  mencionou também  que o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego (BEm), criado no auge da pandemia e que permitiu redução de salário e de contrato em troca da estabilidade do trabalhador, está terminando, sem novos acordos.

Um das consequências foi o aumento nos pedidos de seguro desemprego, que subiu de 550.265 para 674.603 no mês passado. A alta, contudo, é considerada um processo natural pelo governo, diferentemente,  de 2015 e 2016, quando a economia estava em crise.

O Sudeste foi a região que mais gerou emprego em março,  com saldo positivo de 75.805 postos, com destaque para São Paulo e Minas Gerais. O Rio ficou em terceiro lugar com abertura de 11.385 vagas.