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Empresa do bilionário Richard Branson quer levar um turista ao espaço por dia

Meta é 400 voos por ano, diz CEO da Virgin ao FT. Cerca de 600 já pagaram mais de US$ 250 mil pelo bilhete, antes mesmo da operação comercial da companhia
O voo de teste de Sir Richard Branson no domingo veio nove dias antes do primeiro voo de Jeff Bezos a bordo de um foguete de sua empresa, a Blue Origin Foto: Virgin Galactics / via Reuters
O voo de teste de Sir Richard Branson no domingo veio nove dias antes do primeiro voo de Jeff Bezos a bordo de um foguete de sua empresa, a Blue Origin Foto: Virgin Galactics / via Reuters

RIO — A Virgin Galactic, do bilionário britânico Richard Branson, quer levar ao espaço mais de um turista por dia, em média, enquanto a empresa espacial busca capitalizar o voo de teste bem-sucedido feito por seu fundador no fim de semana. A meta é de 400 voos por ano, informou seu presidente-executivo, Michael Colglazier, em entrevista ao jornal Financial Times.

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Michael Colglazier, que assumiu o comando da Virgin Galactic há um ano, no entanto, não definiu um cronograma para a empresa aumentar suas operações comerciais e admitiu que enfrentará grandes obstáculos para se expandir no curto prazo.

— Acho que por um tempo isso vai ser um negócio muito restrito à oferta. Mas, nossa meta é atingir cerca de 400 voos por ano em cada base de lançamento.

As ações da empresa de Branson tiveram um salto recorde de 22% no pré-mercado americano nesta segunda-feira, após o voo do bilionário ao espaço na véspera. A Virgin Galactic ganhou quase US$ 1 bilhão em valor de mercado, com a alta dos papéis.

Após o voo do fim de semana, a Virgin Galactic também pretende expandir suas operações em sua primeira base no Novo México e “encontrar outros portos espaciais ao redor do mundo e começar a levá-los a mais lugares”, acrescentou Colglazier.

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Branson voou com mais cinco pessoas, um marco numa empreitada que ele começou há 17 anos e que consumiu mais de US$ 1 bilhão de sua fortuna pessoal.

O voo de teste realizado  no domingo, veio nove dias antes do primeiro voo de Jeff Bezos a bordo de um foguete de sua empresa espacial privada,  a Blue Origin.

O avanço pode dar à Virgin Galactic publicidade valiosa enquanto tenta construir o primeiro negócio de turismo espacial comercial, com mais dois testes programados para este ano antes de transportar passageiros pagantes, em 2022.

Faltam assentos diante da demana

Em entrevista ao Financial Times, Colglazier disse que a empresa planeja substituir seu protótipo de espaçonave por duas novas naves no próximo ano, projetadas para serem mantidas mais facilmente, levando a interrupções mais rápidas entre os voos.

No entanto, com espaço para apenas quatro passageiros em cada voo, a Virgin Galactic já enfrenta escassez de assentos no curto prazo, contou o CEO da empresa.

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Mais de 600 pessoas investiram em média US$ 130 mil cada pela chance de voar em uma de suas espaçonaves, enquanto outras mil pagaram US$ 1 mil em depósitos. A Virgin pretende retomar as vendas de bilhetes após novos testes a preços acima de US$ 250 mil por pessoa, valor inicialmente anunciado.

Espaçonave da Virgin Galactic em direção ao espaço: empresa que iniciar operação comercial regular até o fim deste ano Foto: VIRGIN GALACTIC / via REUTERS
Espaçonave da Virgin Galactic em direção ao espaço: empresa que iniciar operação comercial regular até o fim deste ano Foto: VIRGIN GALACTIC / via REUTERS

Branson deveria chegar ao espaço no final do verão, mas apresentou seus planos de voo no mês passado, poucos dias depois de Bezos anunciar a data de sua própria viagem ao espaço.

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Colglazier voltou a negar que Branson estivesse em uma corrida para derrotar Bezos . Em vez disso, disse que Branson mudou seus planos porque não havia mais a necessidade de um segundo voo para testar a experiência do cliente da empresa.