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Minha primeira Black Friday: como novos lojistas podem se destacar no e-commerce? Veja dicas

Sazonalidade é considerada frutífera para as vendas, mas pode ser assustadora aos iniciantes
Luana Ferreira é criadora da Pitanga Biocosméticos e apostou em um marketplace difersificado Foto: Divulgação
Luana Ferreira é criadora da Pitanga Biocosméticos e apostou em um marketplace difersificado Foto: Divulgação

RIO — As vendas sazonais representam uma oportunidade para deslanchar um comércio - são as épocas em que os clientes separam dinheiro para gastar. Dia dos namorados, dia das mães, Natal… Essas datas são famosas, mas a mais importante para o comércio é a Black Friday, segundo Carolina Zaccaro, diretora da Rocket Lab no Brasil, uma empresa de tecnologia voltada para o mercado.

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A “sexta-feira de ofertas” surgiu nos Estados Unidos e já domina o comércio brasileiro, especialmente o online. Para quem abriu um negócio recentemente, a data pode amedrontar: como fazer tudo corretamente para não ser apenas mais um na internet? Como garantir que o cliente saia satisfeito e que as vendas sejam frutíferas?

O GLOBO conversou com a especialista e com novos comerciantes para sanar as principais dúvidas, além de conhecer as expectativas para as vendas. Confira abaixo:

Nomenclatura diferente

Para a primeira Black Friday, a empreendedora Luana Ferreira apostou em adaptar o nome da sazonalidade: a Green Friday. O termo combina com a filosofia da empresa, a Pitanga Biocosméticos, que produz cosméticos naturais e veganos.

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— Não gosto da conotação do termo “Black”, e o termo “Green” combina com a nossa proposta. Na sexta-feira verde, os clientes vão se lembrar de que os nossos produtos são eco-friendly — explicou Luana.

Além disso, ela tem apostado em lançamentos de maquiagens naturais e marketing de conteúdo nas redes sociais. Para a especialista Carolina Zaccaro, cada empresa conhece a sua realidade e é essencial adaptar as estratégias, que devem ser viáveis.

— Uma maneira de ampliar o alcance do público é através do marketing de influenciadores, o que é muito efetivo em termos de performance. Mas é importante que antes de apostar nesse modelo, a marca tenha outros tipos de mídia como TV, mídia offline e especialmente um branding forte. Só uma marca forte dá base para a mídia paga e influenciadores de forma que dê um bom resultado — assegurou.

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Ou seja, ela recomenda que primeiro exista uma base de conteúdos divulgados da empresa, para depois realizar este investimento em influenciadores. Senão, o consumidor corre o risco de receber uma recomendação de um produto e serviço, mas não saber do que se trata.

Planejamento é a chave

Outro ponto que Carolina considera crucial é um bom planejamento da logística de entrega de produtos. Para ela, é primordial que ela esteja de mãos dadas com um bom marketing.

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— Propaganda e logística são muito importantes, e um não vive sem o outro. Não dá para combinar uma entrega com o usuário e não cumprí-la dentro do tempo acordado. Se a empresa não me entregar no prazo, eu vou me lembrar disso na próxima Black Friday e preferir comprar em outra empresa — orientou.

Logística requer planejamento. Enquanto o investimento de Luana em conteúdo e branding garantiu que sua empresa tivesse um terreno sólido para parcerias com influenciadores.

A mesma estratégia foi importante para que Maira Coutinho, estilista do Couser Ateliê, que faz vestidos de noiva e festa sob medida, pudesse garantir que todas as clientes que comprassem vestidos com descontos recebessem os produtos na data certa.

Conversa com clientes

Maira conta que em 2019 resolveu lançar uma “promoção de Black Friday”, mas que só vendeu um vestido.

— Já em 2020, eu nem fiz promoções. Mas este ano, resolvemos fazer uma Black Friday de verdade, com planejamento e aquecimento do público. Em 2019, eu lancei um desconto ali no dia, mas a estratégia de agora foi conversar com o público uma semana antes para saber o que as clientes gostariam de adquirir com desconto — relatou.

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E funcionou. A clientela ficou tão animada que em dois dias Maira recebeu mais de 200 mensagens.

— Se a gente não tivesse planejado a nossa agenda com tempos vagos para falar com todas essas pessoas e garantir que poderíamos produzir os vestidos, minha sócia e eu não daríamos conta de atender a todos e muita gente sairia frustrada — ponderou.

Para ela, a organização foi fundamental para conseguir preencher as datas sem deixar ninguém para trás, ainda que o número de procura tenha superado bastante as expectativas.

Enquanto a Black Friday de Maira já começou, a Green Friday de Luana ainda vai acontecer na próxima semana.

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— Eu espero que as promoções aumentem as vendas, e que as pessoas também conheçam mais sobre os cosméticos naturais. É uma ótima oportunidade atingir um público maior — concluiu.

A especialista Carolina Zacarro confirma:

— A Black Friday geralmente representa o número um de vendas e alavanca os negócios. É a semana mais importante para o e-commerce — finalizou.