Os procuradores do Vietnã solicitaram a aplicação da pena de morte contra uma empresária acusada de desviar US$ 12,5 bilhões (o equivalente a R$ 62 bilhões, na cotação atual), no maior caso de fraude da História do país, informou nesta terça-feira um jornal estatal.
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A aplicação da pena de morte é comum no Vietnã em casos de tráfico de drogas, mas é rara em crimes financeiros. As estatísticas sobre a pena capital são segredo de Estado, mas, segundo a Anistia Internacional, são realizadas “numerosas” execuções todos os anos no país.
"De acordo com a promotoria, Truong My Lan desempenhou o papel de mentora, mas não admitiu seu crime, foi teimosa, criticou seus subordinados e não expressou nenhum arrependimento", informou o jornal Tuoi Tre, acrescentando que os outros réus confessaram sua participação no crime.
Os procuradores pediram ao júri popular que aplicasse a pena de morte por desvio de fundos, mas pediram também a imposição de penas de prisão de até 20 anos no total, por corrupção e desrespeito às regulamentações bancárias.
Truong, presidente da imobiliária Van Thinh Phat, é acusada de cometer um golpe contra mais de 40 mil pessoas, entre 2012 e 2022, por meio de um esquema de empréstimos do Saigon Commercial Bank (SCB), controlado em 90% pelo seu grupo.
A empresária foi presa em outubro de 2022. O valor estimado da fraude equivale a 3% do Produto Interno Bruto do Vietnã em 2022.
O julgamento de Truong e de vários dos seus cúmplices começou em 5 de março em Ho Chi Minh, no Sul do país.
A magnitude do escândalo levou centenas de pessoas a se manifestarem na capital Hanói e na cidade de Ho Chi Minh, num dos poucos protestos tolerados no país comunista.