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Por O Globo e agências internacionais — Berlim

Uma investigação comandada por dois repórteres da emissora de TV alemã RTL levanta suspeitas sobre o desaparecimento e morte presumida do bilionário Karl-Erivan Haub, herdeiro do império de varejo Tengelmann e um dos maiores investidores em comércio eletrônico até 2018. Em abril daquele ano, Haub foi a uma excursão de esqui na montanha suíça de Matterhorn, na fronteira italiana, e nunca mais voltou.

Agora, segundo a apuração independente, ele poderia estar refugiado na Rússia, onde viveria com uma amante de 44 anos.

O corpo do alemão nunca foi encontrado, e Karl-Erivan Haub foi dado como morto em 2021. Recentemente, os repórteres Liv von Boetticher e Sergej Maier divulgaram parte de uma investigação que já leva três anos.

Karl-Erivan Haub, bilionário dado como morto após desaparecimento em 2018, pode estar vivo e refugiado na Rússia com amante, diz TV alemã — Foto: AFP
Karl-Erivan Haub, bilionário dado como morto após desaparecimento em 2018, pode estar vivo e refugiado na Rússia com amante, diz TV alemã — Foto: AFP

Em entrevista ao portal alemão Capital, a jornalista Liv von Boetticher diz que existem “fortes evidências” de que Karl-Erivan poderia ter forjado o próprio desaparecimento. Parte de sua família estaria ciente disso, ainda segundo a investigação.

No ano de 2022, Liv diz ter tido conhecimento da existência de imagens que mostrariam Karl-Erivan Haub em Moscou um ano antes. Segundo ela, as imagens teriam sido obtidas em nome de Christian Haub, irmão de Karl-Erivan, e dois investigadores que trabalham para ele em uma empresa israelense-americana que teria vasculhado sistemas de vigilância na capital russa.

Além disso, de acordo com a jornalista, o chefe de segurança da Tengelmann, investigadores internos e um gestor de crise teriam sido acionados após o desaparecimento. Uma semana depois, eles afirmaram que havia “apenas 5% de chance de um acidente na montanha como explicação [para a possível morte]”.

Amante e negócios

A partir de então, segundo Liv, diversos “vestígios” levaram à Rússia, o que inclui a existência de uma amante dele no país. De acordo com os repórteres, ele teria mantido contatos telefônicos frequentes com uma mulher na região, pouco antes do desaparecimento. Além disso, a atuação comercial de Karl-Erivan na Rússia também corrobora com a tese.

— Acredito que o motivo reside nas suas ligações comerciais com a Rússia. Karl-Erivan Haub provou ter feito negócios com intervenientes questionáveis ​​na economia russa. Estamos falando dos proprietários de um banco que desempenhou um papel fundamental na chamada “lavanderia” russa, o grande escândalo de lavagem de dinheiro da década de 2010 — afirma a jornalista em entrevista ao portal alemão Capital: — A nossa suspeita é que as negociações com a Rússia ou com parceiros comerciais russos possam ter colocado Karl-Erivan em apuros no mundo ocidental. O FBI e a CIA estiveram no local em Zermatt após o desaparecimento de Karl-Erivan Haub e aparentemente obtiveram lá as suas próprias informações.

Em maio de 2023, foram feitas queixas criminais contra Christian, que assumiu a gestão dos empreendimentos bilionários e teria supostamente prestado depoimento com informações falsas, ocultando possíveis provas de que Karl-Erivan estaria vivo.

Na última quinta-feira, de acordo com o jornal alemão Handelsblatt, um promotor do Ministério Público de Colônia anunciou que foi iniciada uma investigação sobre a suspeita apontada na queixa registrada pela emissora. Segundo Ulrich Bremer, “a denúncia criminal afirmava, entre outras coisas, que o arguido — contrariamente às suas declarações — tinha provas fiáveis ​​de que a pessoa desaparecida ainda poderia estar viva”.

O Ministério Público, no entanto, afirma que ainda não existem motivos que sustentem uma solicitação de revogação do atestado de óbito do bilionário. Para que isso aconteça, é necessário serem apresentadas mais provas de que o homem realmente possa estar vivo e não tenha morrido após o desaparecimento nos Alpes.

A defesa do irmão de Karl-Erivan diz que Christian nega as acusações.

Fortuna e carreira

Nascido em Tacoma, em Washington, o alemão assumiu a Tengelmann ao lado do irmão Christian em 2000. O patriarca do clã, Erivan Haub, morreu em março de 2018, aos 85 anos, e deixou uma fortuna familiar avaliada, na época, em US$ 6,4 bilhões (R$ 21,8 bilhões), segundo a revista “Forbes”.

Na lista das pessoas mais ricas do mundo em 2018, Karl-Erivan Haub aparecia na 265ª posição. Só na Alemanha, ele era o 20º colocado. O principal negócio da família é a marca Obi e têxtil KiK. O grupo Tengelmann também tem participações na rede de supermercados Netto e na loja de roupas online Zalando.

Karl-Erivan Haub comandava a companhia em sua quinta geração, segundo o jornal alemão “Bild”, e geria mais de 200 mil funcionários.

Helicópteros foram acionados para as buscas, na época, no lado italiano e no lado suíço das montanhas. O herdeiro Haub foi procurado nas encostas, no gelo e até no planalto do Monte Rosa, a mais alta da Suíça, mas nunca foi localizado.

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