BRASÍLIA — O Conselho Curador do FGTS vai distribuir aos trabalhadores R$ 8,129 bilhões do lucro auferido no Fundo em 2020, que foi de R$ 8,468 bilhões. Os recursos serão destinados aos cotistas que tinham saldo nas contas em 31 de dezembro. O dinheiro será distribuído de forma proporcional ao saldo do trabalhador. A medida foi aprovada em reunião nesta terça-feira.
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O valor representa 96% do resultado. A ideia é repor, pelo menos, a inflação medida pelo IPCA em 2020, que foi de 4,52%, acrescido de 0,5%.
O dinheiro incorpora o saldo e só poderá ser retirado nas condições normais de saque, como demissões sem justa causa, compra da casa própria, aposentadoria, saque-aniversário e doenças graves.
Atualmente, há 180,5 milhões de contas, das quais 89 milhões estão ativas.
A remuneração das contas do FGTS é de 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR), atualmente zerada. Um dos objetivos da distribuição de parte do lucro é melhorar a rentabilidade para os trabalhadores.
Com a decisão de distribuir parte do lucro, além da TR, o ganho deve superar a inflação. No ano passado, o FGTS distribuiu entre os cotistas R$ 7,5 bilhões , cerca de 66% do lucro apresentado em 2019, que foi de R$ 11,3 bilhões.
Em 2020, o FGTS teve receitas de R$ 33,4 bilhões e despesas de R$ 25 bilhões, com lucro líquido de R$ 8,468 bilhões. O ativo consolidado atingiu R$ 570,3 bilhões e patrimônio líquido, R$ 113,1 bilhões.
Para amenizar os efeitos da Covid-19 no ano passado, o governo recorreu ao FGTS em várias frentes.
Autorizou o saque emergencial das contas vinculadas, o que injetou na economia R$ 24,2 bilhões e beneficiou 31,7 milhões de trabalhadores; suspendeu o recolhimento do FGTS por três meses para 800 mil empregadores e autorizou pausa no pagamento das prestações do crédito habitacional para 1,4 milhão de mutuários.