Fim do horário de verão vai elevar produtividade do trabalhador, diz Bolsonaro

Presidente assina decreto que extingue totalmente o programa, e não apenas para 2020 como anunciado
Horário de verão: relógio deverão ser atrasados em uma hora Foto: Marcio Alves / Agência O Globo

BRASÍLIA —  O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira o  decreto que acaba com o horário de verão, oficializando o anúncio que havia sido feito no início de abril. O governo justifica que estudos técnicos indicam que a adiantamento de uma hora nos relógios já não tem impacto na economia. O presidente ainda argumentou que, ao respeitar o relógio biológico, a produtividade dos trabalhadores aumentará.

Em cinco pontos, entenda o fim do horário de verão

O presidente Jair Bolsonaro acompanhado do vice-presidente Mourão Foto: Marcos Côrrea / Presidência

Na presença do vice-presidente Hamilton Mourão, Bolsonaro convidou parlamentares que haviam proposto projetos de lei para este fim para estarem ao lado dele no ato da assinatura. Com o decreto, o horário de verão fica totalmente extinto no Brasil — não apenas para 2020, como havia sido divulgado anteriormente. Caso o governo decida voltar com a medida, precisará editar um novo decreto.

— Eu sempre reclamei do horário e tive a oportunidade agora (de assinar o decreto), atendendo às pesquisas que nós fizemos que mais de 70% de população não é favorável ao horário de verão. Esperemos que dê certo. Não tem nada a ver com economia de energia. E, não mais mexendo no relógio biológico, a produtividade do trabalhador aumentará — disse o presidente.

Em discurso durante o evento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declarou que a medida “não mais se justificava do ponto de vista do setor elétrico” e apontou que muitas demandas haviam sido apresentadas nesse sentido por todas as instâncias da União.

Para economizar, ligue o aparelho apenas quando for dormir e desligue logo ao acordar. Uma opção é usar a função sleep, disponível em alguns modelos. Outro cuidado é manter o ar-condicionado em temperatura adequada. Especialistas recomendam 23ºC. Não é preciso colocar temperatura muito baixa, para não gastar muita energia. Foto: Pixabay
Em uma família com quatro pessoas, o uso do chuveiro elétrico corresponde a cerca de 25% da conta de luz. Para economizar, evite banhos muito longos e dê preferência a usar o chuveiro no modo verão, que economiza até 30% de energia Foto: Pixabay
Quando a porta fica muito tempo aberta, o motor funcionará mais, gastando mais energia. É importante também manter a borracha de vedação da porta da geladeira em bom estado. Ao viajar, uma opção é esvaziar a geladeira e desligá-la da tomada. Foto: Pixabay
A substituição de lâmpadas incandescentes pelas de LED pode gerar uma redução de 75% a 85% no consumo de energia. Além disso, essas lâmpadas duram mais. Em relação às lâmpadas fluorescentes, a economia é de cerca de 40% Foto: Pixabay
Dê preferência a lavar uma grande quantidade de roupas, para economizar água e energia. Evite colocar muito sabão, para não ter de enxaguar duas vezes. Na hora de passar, a melhor opção é juntar roupas e passar uma grande quantidade de uma vez. Desligue o ferro quando for interromper o serviço. Use a temperatura indicada para cada tipo de tecido e comece pelas roupas mais leves. Foto: Pixabay
O uso do ventilador de teto durante 8 horas por dia gera um gasto de apenas R$ 18 por mês. Mesmo assim, é importante evitar deixar o aparelho ligado quando não houver ninguém no cômodo. Na hora de comprar, lembre-se que quanto maior o diâmetro das hélices, maior o consumo de energia. Foto: Pixabay
No caso dos eletrônicos, a recomendação é desligar o televisor e os videogames quando ninguém tiver usando. Retirar os aparelhos da tomada também ajuda a poupar energia. Foto: Arquivo

 

— Estudos anteriores foram aprofundados e novos foram desenvolvidos, com o propósito de avaliar de forma bastante criteriosa os efeitos desse instrumento (…) Por se tratar de uma política pública relevante, não poderia prescindir de embasamento técnico apurado — declarou Albuquerque.

O ministro lembrou que, historicamente, o objetivo do horário de verão,  era aumentar o aproveitamento da luz natural, mas que houve mudança no perfil de consumo de energia por conta das evoluções tecnológicas.

Em vigor desde 1931, a mudança de horário foi uma estratégia do governo da época para gerar economia de energia, já que, durante a estação, as pessoas chegavam em casa e ligavam os chuveiros, ocasionando picos de consumo e grande desperdício.

O tema  vinha sendo estudado pelo governo e a decisão foi tomada baseada em estudos encomendados pelo presidente ao Ministério de Minas e Energia (MME).