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Por Letycia Cardoso — Rio de Janeiro

Da Copa de 2018 para cá, não só a seleção brasileira prometia avanços, mas também o mercado de criptoativos. Diversos times de futebol lançaram seus fan tokens, uma espécie de cripto para oferecer benefícios exclusivos, acreditando que a Copa do Mundo pudesse levá-los ao ápice da valorização. Mas isso não ocorreu. E, assim como o sonho do hexa se frustrou em 2022, o sucesso dos fan tokens ainda não virou realidade.

A dificuldade na aquisição do token e o momento crítico para as moedas virtuais — diante da derrocada do preço do Bitcoin e do colapso de grandes corretoras, como a FTX — decepcionaram os entusiastas que imaginavam que os fan tokens pudessem ser tratados, um dia, como investimento.

Especialistas alertam que esse ativo, hoje, nada mais é do que uma forma de ajudar o time do coração, com o comprador atuando como uma espécie de sócio torcedor.

O CEO da rede blockchain Tezos na América do Sul, Guilherme Baumworcel, explica que os fan tokens, do ponto de vista técnico, são utility tokens, ou seja, o comprador paga pelo item para ter direito a algum benefício, como comprar ingressos com desconto, assistir ao treino uma vez por ano, entre outras vantagens.

Barreiras para comprar

O primeiro grande projeto de ativo digital a ser lançado em grande escala foi o $PSG, fan token do Paris Saint-Germain, time onde atualmente estão estrelas do futebol como Lionel Messi, Neymar e Kylian Mbappé.

No Brasil, o Atlético Mineiro foi um dos pioneiros no projeto, em novembro do ano passado, lançando cada ativo por R$ 13,75. Ontem, quando a seleção brasileira foi desclassificada do mundial de futebol, o token era negociado a R$ 1,59. Corinthians, Flamengo e São Paulo também adotaram a novidade. Porém, no período de um ano, todos amargam desvalorização de aproximadamente 80%.

Baumworcel atribui o insucesso às barreiras para adquirir os fan tokens:

— A pessoa precisa ter conta numa corretora, abrir carteira de criptoativos, escolher a criptomoeda que vai usar para a operação, para depois adquirir o fan token. Em geral, é necessário trocar reais por Ethereum para depois escolher a utility desejada.

Ele acrescenta que, com cenário de inflação alta ao redor do mundo e aumento nas taxas de juros, há fuga dos ativos de risco, o que desperta menor interesse em criptos.

José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, destaca que os fan tokens não são investimentos, mas sim uma forma e os times estarem mais próximos dos torcedores e terem uma nova fonte de receita. Segundo ele, no Brasil, alguns clubes já usaram seus tokens para dar acesso ao Centro de Treinamento, escolher o terceiro uniforme ou mesmo a numeração utilizada por um determinado jogador na temporada. Mesmo assim, afirma que o desempenho dos fan tokens é diretamente afetado pelo resultado das competições.

O fan token da seleção brasileira, por exemplo, chegou a cair 55% após eliminação no jogo contra a Croácia, saindo de R$ 1,09 para R$ 0,48, segundo o site CoinMarketCap.

De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entretanto, o ativo não deveria estar sendo mais comercializado, já que o contrato de patrocínio com a Bitci foi encerrado em outubro deste ano por inadimplência da empresa com a entidade

A CBF explicou, em nota, que notificou a empresa, que “não está autorizada a utilizar nenhuma marca ou propriedade” da Confederação devido à rescisão do contrato”.

Para Cássio Krupinsk, CEO da BlockBR, a maioria dos fan tokens deve cair em desuso:

— O futuro, para mim, seria deixar de ser um produto de tanto marketing, pois não entrega algo que tenha real valor. Acho que vai acabar sendo desmoralizado.

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