Finanças
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Por Vitor da Costa — Rio

Os papéis ordinários da Americanas (AMER3, com direito a voto) voltaram a ter queda expressiva nesta segunda-feira, depois de passarem por sucessivos leilões ao longo do dia.

O movimento ocorreu após a empresa conseguir uma medida de tutela de urgência cautelar na Justiça que impede a cobrança de dívidas por parte dos bancos credores.

A decisão suspende a execução de dívidas por 30 dias e deixa o caminho em aberto para um pedido de recuperação judicial por parte da empresa. Durante o fim de semana, o BTG tentou, sem êxito, derrubar a medida.

No fim do dia, AMER3 caiu 38,41%, negociado a R$ 1,94. Antes da empresa comunicar ter encontrado inconsistências contábeis em seu balanço, o papel valia R$ 12.

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Com o tombo, a empresa já possui valor de mercado inferior a R$ 2 bilhões, na casa dos R$ 1,75 bi.

— Tínhamos na semana passada, a notícia do impacto de R$ 20 bilhões e, hoje, na segunda-feira, de R$ 40 bilhões. O fundamento de Americanas muda. No caso dos bancos, isso afeta os balanços, mas não tem um efeito sistêmico — destaca o analista da Top Gain Research, Leonardo Santana.

Leilões em série

Após o leilão de abertura, o papel caiu 23,81%, negociado aos R$ 2,40 pela manhã. Ao longo do dia, o movimento de queda se intensificou, com o ativo entrando e saindo do leilão em diversos momentos. Segundo a B3, foram 20 leilões no total.

O leilão é um mecanismo de proteção da Bolsa de Valores, que é acionado quando ocorre uma variação abrupta no preço de determinado ativo.

No leilão, a ação deixa de ser negociada no pregão tradicional e passa a ser transacionada em uma espécie de ambiente fechado. Com isso, a B3 registra as ofertas de compra e venda e só efetua os negócios à medida que encontra compradores e vendedores dispostos a negociar no mesmo patamar de preços.

No início do pregão, já há a prática dos leilões de abertura, quando os investidores podem registrar suas ofertas de compra e venda de ações. De acordo com informações da B3, não há limite para a quantidade de leilões em um único dia, nem sobre a duração do leilão.

Dessa forma, eles podem acontecer diversas vezes até o horário de fechamento. O fim do leilão se dá quando a cotação daquele ativo atingiu certa estabilidade

Bancos caem e rivais avançam

Além da Americanas, os papéis do setor financeiro tiveram mais um dia de queda. A expectativa é que as instituições recorram à Justiça para tentar garantir o pagamento de suas dívidas, como tentou o BTG.

No setor, Itaú PN (preferenciais, sem direito a voto) caiu 1,08% e Bradesco PN cedeu 3,07%. As units do Santander caíram 4,41% e as do BTG Pactual, 3,38%. Banco do Brasil ON caiu 0,11%.

— Os grandes bancos, que emitiram dívida para Lojas Americanas, vão ter que provisionar isso no balanço, o que diminui a rentabilidade deles — disse o assessor de renda variável da SVN Investimentos, Luiz Souza.

Ao contrário da Americanas, outras varejistas estiveram entre as maiores altas do Ibovespa.

Magazine Luiza ON subiu 12,4%, dando continuidade ao seu movimento de altas após o tombo da Americanas, e Via ON avançou 10,55%.

Analistas já destacaram que concorrentes como o Magazine Luiza podem se aproveitar de um eventual espaço deixado pela Americanas.

— Via e Magazine Luiza vem de fortes altas desde o fim da semana passada, com o raciocínio do mercado de que Americanas, em uma situação difícil, libera muito market share — disse operador de renda variável da One Investimentos, Rafael Schmidt.

Volatilidade deve permanecer

A expectativa de analistas é que o papel passe por forte volatilidade até que se tenha maior detalhamento sobre a real situação da empresa e o impacto das inconsistências para sua alavancagem e relação com credores e fornecedores.

Após o anúncio das inconsistências, o papel chegou a cair 77,33% na quinta-feira, cotado a R$ 2,72. O tombo foi o maior entre as ações que compõem, desde 1994, o Ibovespa, segundo o Valor Data.

Na sexta-feira, os ativos apresentaram uma recuperação, ao subirem 15,81%, negociados a R$ 3,15.

A recomendação de analistas é que os investidores que já possuíam o papel antes do tombo mantenham o ativo em suas carteiras até que a situação se torne mais clara.

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