O Swiss National Bank (SNB, o banco central da Suíça) disse em comunicado que, se necessário, garantirá o suporte a liquidez para o Credit Suisse, banco que está em crise e viu suas ações derreterem 24% nesta quarta-feira. E, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, o socorro costurado pelo governo pode incluir algum tipo de união do Credit Suisse com o UBS.
- A queda de 24% nas ações do banco nesta quarta-feira foi a maior da sua História.
- As Bolsas europeias fecharam em forte queda por causa da crise no Credit Suisse.
- No Brasil, o dólar subiu para R$ 5,29, maior patamar desde janeiro.
“O Credit Suisse cumpre os requisitos de capital e liquidez impostos a bancos importantes do ponto de vista sistêmico”, afirmou o SBN. “Mas, se necessário, o SNB vai prover liquidez ao Credit Suisse”.
Segundo fontes ouvidas pela agência Blooomberg, autoridades do governo suíço, do SNB e da FNMA, que é a autoridade que regula o mercado de capitais na Suíça, passaram o dia reunidos para discutir como estabilizar a crise no segundo maior banco do país.
As possibilidades que foram discutidas incluíam uma manifestação pública de apoio ao banco e o anúncio de que as autoridades garantiriam sua liquidez, o que acabou sendo feito no fim do dia desta quarta-feira, pelo horário da Suíça.
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Mas também estão em estudo soluções “mais estruturantes” como, por exemplo, uma cisão da unidade suíça do banco que poderia ser unida às operações de seu rival, o UBS, maior instituição financeira do país.
O comunicado divulgado pelo SNB nesta quarta-feira, que é assinado em conjunto com a FNMA, não deixa claro como seria feita a oferta de liquidez ao Credit Suisse. Mas, segundo fontes a par das discussões, o governo estaria trabalhando numa legislação que permitiria o uso de fundos públicos para bancos em processo de liquidação.
Segundo maior banco da Suíça, com história que remonta a 1856, o Credit Suisse viu sua reputação ser abalada nos últimos anos por uma série de escândalos, trocas de comando e pendências na Justiça. O banco teve um prejuízo de US$ 7,9 bilhões no ano passado, pondo fim a uma década de lucros.
Em outubro, lançou um novo planejamento estratégico, mas este não surtiu efeito. Seus clientes sacaram mais de US$ 100 bilhões em ativos nos últimos três meses do ano em meio a crescentes preocupações sobre a saúde financeira do banco. E isso mesmo após seus acionistas terem feito um aporte de capital de US$ 4,2 bilhões no fim do ano passado.
O estopim para a derrocada das ações nesta quarta-feira foi a sinalização, por parte do Saudi National Bank, maior acionista do Credit Suisse, de que não faria novo aporte de capital no banco, devido a restrições regulatórias.