Finanças
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Por Vitor da Costa — Rio

Apesar dos recentes problemas enfrentados pelo setor bancário, o Federal Reserve, banco central americano, deve continuar a subir os juros nesta quarta-feira, na avaliação de economistas. A tendência é que o BC suba as taxas em 0,25 ponto percentual, elevando os juros para o intervalo entre 4,75% e 5%, maior patamar desde 2007. Se confirmado, esse será o nono aumento consecutivo.

Ainda assim, a alta representa um passo atrás. Antes dos episódios envolvendo o Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank, parte do mercado chegou a trabalhar com uma elevação de 0,50 ponto percentual após divulgações de dados de inflação acima do esperado e com um mercado de trabalho ainda aquecido.

Alguns bancos, como o Goldman Sachs, esperam uma pausa do processo de aperto monetário por parte do Fed.

Também nesta quarta-feira, o Banco Central do Brasil anuncia se altera ou não a taxa básica de juros (Selic) do país, em meio ao cenário de fortes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados ao patamar atual de 13,75% ao ano. É a segunda definição sobre juros - com o BC autônomo - no governo Lula.

Combate à inflação

O aumento de juros tem como objetivo conter a inflação elevada no país. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 6% no acumulado de 12 meses em fevereiro, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho.

O indicador até tem demonstrado desaceleração na base anual, mas ainda está muito longe da meta de 2% do Fed e segue pressionado pela inflação de serviços. Além disso, a taxa de desemprego está em 3,6%, patamar considerado baixo, e os números de novos pedidos de seguro-desemprego seguem em tendência de queda.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, destaca que desde o início da crise enfrentada pelos bancos, os BCs e demais órgãos reguladores foram proativos nas medidas para fornecer liquidez aos mercados e estancar um possível alastramento da crise.

— Os bancos centrais estão diferenciando as atuações em relação aos seus instrumentos monetários e por ora isso está passando confiança para os investidores. Dada a preocupação do Fed com o processo inflacionário, se ele parasse agora a subida de juros, isso poderia dar uma dimensão maior para a crise.

Na semana passada, o Banco Central Europeu (BCE) seguiu elevando os juros, demonstrando que prioriza o combate à inflação e que existem ouras formas de lidar com a questão bancária.

Para Camila, o presidente do Fed, Jerome Powell, deve reforçar o discurso de dependência das próximas divulgações de dados para que a autoridade monetária tome as suas próximas decisões.

Projeções de juros

Além do anúncio sobre os juros, os agentes de mercado esperavam a divulgação do “dot plot”, ou resumo das projeções econômicas. O gráfico mostra a mediana das expectativas dos dirigentes do banco para os juros, inflação, desemprego e Produto Interno Bruto (PIB) para os próximos anos.

Em dezembro, última divulgação dos gráficos, os formuladores de política monetária projetam que as taxas de juros terminariam 2023 em 5,1%. Elas seriam reduzidas para 4,1% em 2024 contra os 3,9% da projeção anterior. Para 2025, a projeção foi elevada de 2,9% para 3,1%.

— Antes da situação dos bancos, tínhamos um juro terminal mais próximo de 6% e, agora, parece que vai ficar algo mais próximo a 5% - disse Camila.

Sinalizações

O sócio da Inove Investimentos, João Pedote, destaca que as sinalizações de Powell ganham força diante da volatilidade vista nos mercados nos últimos dias.

— O Fed vai ter que olhar tanto para a inflação e também vai ter que estar preocupado com o sistema financeiro. Acredito que ele não vai embutir corte na curva no final desse ano e do próximo como o mercado espera.

Além do processo de aperto monetário, o mercado irá observar se o Fed irá considerar promover alguma alteração no seu cronograma de redução de balanço.

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