Finanças
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Por Letycia Cardoso — Rio de Janeiro

Depois de operar em queda o dia inteiro, o índice Ibovespa se afastou das mínimas, mas mesmo assim fechou no vermelho, com desvalorização de 0,61%, a 117.522 pontos. Nem a ata do Copom, divulgada hoje pelo Banco Central, com indicação de possibilidade de corte de juros na próxima reunião, nem a desaceleração da inflação animaram os investidores. O dólar, por sua vez, teve alta de 0,68% ante o real, indo a R$ 4,7986.

Para Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos, a preocupação com inflação no longo prazo ainda existe. Embora, o mercado tenha sinalizado crença de que os juros possam ser reduzidos no curto prazo, projetando que a taxa DI com vencimento em janeiro de 2025 passe de 11% para 10,96%, há expectativa que a taxa Selic suba depois. A taxa DI com vencimento em janeiro de 2028, por exemplo, subiu de 10,46% para 10,49%.

Neste sentido, as ações ligadas à economia local foram penalizadas, como as de construtoras, visto que financiamentos imobiliários, em grande parte, estão condicionados a períodos maiores. A MRV sofreu desvalorização de 3,43%, indo a R$ 10,43.

Varejistas também terminaram no negativo. Enquanto as ações ordinárias da Via perderam 2,68%, negociadas a R$ 2,18, as de Magazine Luiza caíram 0,59% para R$ 3,38. Os papéis da Renner tiveram queda de 2,54%, chegando a R$ 21,09, e os da Alpargatas desabaram 7,76%, a R$ 9,15.

Acompanhando a queda do petróleo no exterior, Petrobras fechou com baixa de 0,87% nos papéis sem direito a voto, negociados a R$ 34,26.

Na visão de Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, o dia foi marcado por uma forte realização de lucros que os ativos obtiveram em pregões anteriores.

Entre as altas do dia, destaque para Vale, que fechou a R$ 66,83 após ganhar 1,20%, acompanhando a valorização do minério de ferro depois de a China ter sinalizado que pretende oferecer novos estímulos à economia.

Notícias afetaram as companhias

A intenção do grupo francês Casino em se desfazer de sua participação no Grupo Pão de Açúcar, assim como fez com o Assaí, para levantar capital que possibilite reduzir seu endividamento na Europa, fez os ativos das duas empresas fecharem no negativo. Enquanto as ações do Assaí terminaram em R$13,09, após queda de 5,83%, as do Pão de Açúcar ficaram em R$ 15,96, com queda de 4,72%.

Eletrobras também não teve bom desempenho, após uma denúncia de fraude na companhia. As ordinárias caíram 1,38% para R$ 38519, enquanto as preferenciais perdem 1,41%, indo a R$ 43,22.

Na véspera, a companhia publicou um comunicado ao mercado dizendo ter tomado conhecimento sobre notícias divulgadas na imprensa que afirmavam que o vice-presidente da companhia estava sendo investigado pela CVM. Ainda declarou que estava acompanhando o assunto.

"Ressaltamos que os fatos narrados na notícia não possuem correlação com a atuação da Eletrobras, que dispõe de regras sólidas de governança em relação aos seus executivos. A Companhia manterá́ o mercado informado sobre o assunto", disse no documento.

– Os papéis também reagiram negativamente à recomendação do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos de revogar a qualificação das participações acionárias remanescentes da companhia no PPI, segundo resolução publicada em edição extra do Diário Oficial.

Ainda foi recomendada a exclusão das ações remanescentes do Programa Nacional de Desestatização (PND) – acrescentou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Dólar chega a R$ 4,80

O dólar encostou em R$ 4,80 em vários momentos desta terça. Segundo Nishimura, a perspectiva de redução da taxa de juros real do Brasil, com possível corte da Selic em agosto, somada ao fato de que outros países ainda estão no ciclo de alta de juros, pode ter contribuído para a alta da divisa.

Diego Costa, Head de Câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio, aponta um "ajuste técnico" com investidores na expectativa pela divulgação do PCE, principal indicador de inflação utilizado pelo Fed nos Estados Unidos para definição da taxa de juros no país.

– Além disso, tivemos o pronunciamento da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reafirmando a continuidade da política restritiva no bloco para conter a escalada da inflação e a ata do Copom que trouxe de volta a esperança de um corte na Selic no próximo encontro do comitê – comenta.

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