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Após operarem em forte alta na parte da manhã, as ações da Petrobras fecharam com direções contrárias nesta terça-feira. O movimento ocorreu depois da empresa anunciar que vai elevar os preços da gasolina e do diesel a partir de amanhã. É a primeira vez que a estatal aumenta os combustíveis desde que Jean Paul Prates assumiu a presidência, no fim de janeiro.
A partir desta quarta-feira, a Petrobras aumentará em R$ 0,41 por litro o seu preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 2,93 por litro. O aumento representa uma alta de 16,3%. Segundo entidades do setor, mesmo com reajuste, gasolina ainda terá defasagem de preço de 21%. A Petrobras também reajustou em 25,8%, para R$ 3,80, o preço do diesel.
As ações ordinárias (PETR3, com direito a voto) caíram 0,21%, negociadas a R$ 33,56, após atingirem a máxima de R$ 35,32. Os papéis preferenciais (PETR4, sem direito a voto) avançaram 0,72%, cotados a R$ 30,86, depois de tocarem os R$ 32,15.
Para especialistas, o anúncio do reajuste é positivo para os papéis. No entanto, o fato de não ser uma surpresa e o desempenho negativo dos mercados no Brasil e no exterior contribuíram para a perda de força do papel.
Os preços do petróleo no mercado internacional fecharam em forte queda no dia. O preço para o contrato para outubro do tipo Brent caiu 1,53%, negociado a US$ 84,89, o barril. Já o preço do contrato para setembro do tipo WTI cedia 1,84%, cotado a US$ 80,99, o barril.
O analista de commodities da Mantaro Capital, Pedro Acioli, destaca que devido à grande defasagem, o anúncio já era esperado.
— O que surpreendeu foi a magnitude, notadamente no diesel. O repasse deixa os preços internos bem mais próximos da paridade de importação, reduzindo o risco no abastecimento. O anúncio também reduz a percepção de risco de ingerência do governo na Petrobras.
Em relatório, analistas do Goldman Sachs avaliam o anúncio como "positivo" para os papéis. Segundo eles, o reajuste demonstra "que a Petrobras provavelmente não subsidiará significativamente os preços dos combustíveis no Brasil e as importações para o país provavelmente permanecerão lucrativas, mantendo assim o mercado bem abastecido".
Para Acioli, a nova política de preços da Petrobras e o discurso da diretoria evidenciam o desejo de evitar o repasse da volatilidade internacional aos preços no mercado doméstico.
— Tendo em vista a pressão política, esperamos que esse represamento seja mais relevante em cenários de alta do que de baixa.
