Finanças
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Por Letycia Cardoso — Rio de Janeiro

A B3, a bolsa de São Paulo, lança nesta terça-feira um novo índice para reconhecer diversidade de gênero e raça nas empresas de capital aberto, o IDiversa B3. Além de estimular a entrada de mais mulheres, negros e indígenas nas companhias, o indicador tem como objetivos ajudar investidores a escolherem empresas que se diferenciam num critério ligado à agenda ESG para aplicar recursos e estimular o desenvolvimento de produtos de investimento.

A seleção usa como base dados públicos disponibilizados pelas companhias à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para participar, é preciso ter, no mínimo, uma mulher ou uma pessoa negra ou indígena no Conselho Administrativo e na Diretoria Estatutária.

De acordo com Ana Buchaim, vice-presidente de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social Privado da B3, a expectativa é que esse critério se torne mais rígido com o passar dos anos, aumentando o número de pessoas diversas exigido.

Peneiras para ter o selo

Além da representatividade em altas posições, o número de pessoas diversas na empresa terá que se destacar em relação ao setor em que está inserida. Bancos, por exemplo, serão comparados apenas com outras instituições financeiras. Para isso, será feita uma conta que considera a média da área e o desvio padrão.

Além disso, para ser elegível, as empresas terão que possuir índice de negociabilidade de 99%; ter presença em 95% dos pregões; e não ser uma penny stock (ação com valor inferior a R$ 1).

Com a iniciativa, a B3 dá o primeiro passo para cumprir seu compromisso de lançar um índice de diversidade até o ano de 2024. Ainda é necessário que o indicador seja auditado.

Score de diversidade

Já dentro da carteira, os ativos serão ponderados pelo Score Diversidade B3. O primeiro critério para ser bem pontuado é retratar a distribuição da população brasileira. De acordo com o gerente de índices da B3, Henio Scheidt, serão usadas informações do IBGE para a comparação.

— A população tem 51% de mulheres, então é esperado que a empresa também tenha 51% de seu quadro composto por funcionárias. Se ela tiver só 10%, não ficará tão bem avaliada — explica.

Ana Buchaim diz que quando uma companhia tiver em seu quadro uma pessoa que acumula características receberá mais pontos:

— Uma mulher negra, por exemplo, conta duas vezes.

A pontuação, no entanto, tem limite de participação baseado no valor de mercado do “free float” — indicador que informa o percentual de ações de cada companhia livre para negociação no mercado. Ou seja, se uma empresa tiver excelentes práticas de diversidade, mas não tiver muitas ações disponíveis no mercado para serem negociadas, não conseguirá ocupar as primeiras posições da carteira. Como muitos índices são usados como parâmetro para ETFs, a medida é necessária para garantir equilíbrio no mercado.

Primeiro índice latino-americano de gênero e raça

O novo indicador — que é o décimo da família de índices ESG disponibilizados pela bolsa — é o primeiro latino-americano a combinar critérios de gênero e raça para selecionar as empresas que irão compor a carteira.

A carteira do IDiversa B3, que será revisada a cada quatro meses, vai incluir a princípio 79 ativos de 75 empresas, de dez setores diferentes: bens industriais; utilidade pública; saúde; tecnologia da informação; materiais básicos; comunicações; financeiro; consumo cíclico; consumo não cíclico; petróleo, gás e biocombustíveis.

10 empresas com maiores pesos da carteira IDiversa B3

  1. Banco do Brasil (BBSA3) 4,4259
  2. Hypera Pharma (HYPE3) 3,4060
  3. Raia Drogasil (RADL3) 3,3705
  4. Sabesp (SBSP3) 3,1427
  5. Renner (LREN3) 3,0945
  6. Petrobras (PETR4) 3.0093
  7. Equatorial Energia (EQTL3) 2,9405
  8. Petrobras (PETR3) 2,9203
  9. Assaí (ASAI3) 2,8574
  10. Localiza (RENT3) 2,7656

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