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Por — Brasília

O Banco Central do Brasil cortou, em decisão unânime, a taxa básica de juros (Selic) em meio ponto percentual, conforme esperado, na noite desta quarta-feira. Com isso, a Selic caiu de 13,25% para 12,75%, na segunda queda consecutiva dos juros. Agora, a Selic está em seu menor patamar desde maio de 2022.

Para as próximas reuniões, o BC indicou em seu comunicado que deve manter o mesmo ritmo de cortes.

"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", diz o BC.

Na visão do economista Luis Otávio Leal, do G5 Parters, esse trecho do comunicado praticamente "tirou do jogo" o corte de 0,75 ponto em dezembro, como alguns economistas previam. Para que isso aconteça, o BC terá que fazer uma indicação bem forte na próxima reunião.

Na visão do Banco Central, o cenário externo ficou mais complexo, com o aumento dos juros por vários bancos centrais. Outro ponto importante do texto foi o recado dado pelo BC ao governo Lula sobre o cumprimento das metas fiscais.

Membros da diretoria do Banco Central, liderados pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, ao centro — Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Membros da diretoria do Banco Central, liderados pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, ao centro — Foto: Raphael Ribeiro/BCB

"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas", diz o comunicado.

Para a economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, o recado fiscal acontece porque há ruídos sobre uma eventual mudança na meta de zerar o déficit nas contas públicas no ano que vem.

— Esse comentário sobre a importância da execução das metas (para as contas públicas) está ligado a essa discussão sobre revisão de metas e como isso pode impactar nas expectativas (de mercado). O mercado costuma ser mais rápido nessa (re)precificações. Por outro lado, o cenário global ficou mais desafiador porque tem um surpresa de atividade econômica lá fora e inflação mais persistente — avalia.

Como a decisão foi unânime, os dois diretores indicados pelo governo Lula, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino Santos, votaram como os diretores indicados ou reconduzidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo Roberto Campos Neto, que preside o BC. Campos Neto já havia acompanhado Galípolo e Aquino na reunião de agosto.

Decisão confirma expectativa do mercado

O resultado de hoje era amplamente esperado, porque o BC já havia indicado, na última reunião, dia 2 de agosto, a manutenção do mesmo ritmo de cortes de meio ponto:

"Os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", disse o BC em agosto.

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O presidente do BC, Roberto Campos Neto, fez uma rodada de pronunciamentos públicos após o Copom de agosto e, em diferentes momentos, ressaltou que há uma “barra alta” para acelerar ou reduzir os cortes de 0,50 nas próximas reuniões.

Vários fatores têm dado segurança para o BC iniciar o ciclo de cortes, incluindo as melhoras nas expectativas de inflação e os sinais de controle do nível de preços. Mais recentemente, o Congresso aprovou o arcabouço fiscal, que mesmo antes já vinha melhorando as projeções para a dívida pública.

De acordo com o Boletim Focus, a projeção para o IPCA de 2024 está em 3,85%, acima da meta de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância que vai até 4,5%. Para os anos de 2025 e 2026, o mercado estima o IPCA em 3,5%, também dentro da margem.

A manutenção da meta de inflação em 3% para os próximos anos foi outro fator que deu segurança para o Banco Central começar o ciclo de cortes. O ex-presidente Lula chegou a questionar o número, por considerar baixo, mas a visão do BC era de que um aumento traria o efeito contrário ao esperado pelo presidente. Haveria perde de credibilidade, piora das expectativas e isso obrigaria o BC a manter os juros altos, em vez de começar a cortar a taxa.

De acordo com o IBGE, que divulga os dados mensais do IPCA, o índice oficial de inflação subiu 0,23% em agosto, ligeiramente abaixo da mediana esperada pelo mercado (0,28%). O que mais chamou atenção no dado foi a inflação de serviços, que subiram 0,08% contra expectativa de 0,15%.

A inflação de serviços é uma das maiores preocupações do BC, porque está diretamente ligada ao mercado de trabalho. O custo para a queda da inflação pode ser aumento do desemprego, com alto impacto social. Por isso, a queda desse item é uma boa notícia, mesmo com a redução da taxa de desemprego para 7,9% em agosto.

Fed mantém os juros

Outro dado que foi positivo para o corte de juros no Brasil foi a manutenção, na tarde desta quarta, dos juros nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed), BC americano, manteve a taxa no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano.

A decisão veio alinhada à expectativa dos investidores e analistas de mercado, mas o tom foi mais duro, sem descartar uma nota alta este ano. A tese é que se os juros subirem por lá, poderá haver fuga de dólares de países emergentes, como o Brasil, em direção a investimentos de renda fixa nos EUA.

A consequência aqui, em última análise, seria o encarecimento de produtos importados, com impacto em itens trigo, diesel e gasolina. Ou seja, um cenário pior para a inflação e os juros no Brasil.

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