Finanças
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Por — Rio

As ações do Bradesco fecharam em alta nesta quinta-feira. O movimento ocorreu após o banco anunciar que seu conselho de administração aprovou a indicação de Marcelo de Araújo Noronha para o posto de presidente-executivo do, em substituição a Octavio de Lazari Jr.

As ações preferenciais (BBDC4, sem direito a voto) subiram 2,67%, negociadas a R$ 16,15, após atingirem a máxima de R$ 16,65.

As ordinárias (BBDC3, com direito a voto) avançaram 1,87%, cotadas a R$ 14,20, depois de tocarem a máxima de R$ 14,59.

No setor, Itaú PN caiu 0,13%. Bando do Brasil ON subiu 0,33%. As units do Santander caíram 0,19% e as do BTG Pactual avançaram 1,11%.

O chefe de análise da Órama, Phil Soares, avalia que a mudança não era esperada pelo mercado, mas tende a ser bem recebida. O especialista destaca que o banco rompeu com seu rito tradicional de realizar trocas apenas depois que o CEO atinge a idade máxima para ocupar o cargo, de 65 anos.

Pelo rito, Lazari Jr. ainda teria cinco anos pela frente. Soares avalia que a mudança pode indicar um empenho no processo de modernização e tomada de decisão por parte do banco.

— Avaliamos positivamente, não por causa do peso do novo escolhido, mas pela mudança de mentalidade do Bradesco, que tem uns princípios de tomada de decisão muito devagar.

Durante a gestão do atual CEO, o Bradesco comprou o BAC, na Flórida, em uma tentativa de aumentar a exposição na alta renda e no mercado exterior. Em 2021, adquiriu a outra metade do Digio, banco digital que tinha em parceria com o Banco do Brasil.

Além do Digio, o banco contava com o Next e a Bitz, destinada a carteiras digitais e contas de pagamento, na esfera digital. A carteira foi descontinuada e incorporada pelo Digio.

O head de Research e Finanças da Genial Investimentos, Eduardo Nishio, acreditava que uma mudança no comando era possível diante da apresentação de resultados ruins. Dentre as possibilidades o nome de Noronha era o mais provável, na avaliação do especialista, por já estar tocando a parte de varejo dentro do banco.

Nishio destaca que a nomeação também sinaliza uma ruptura em relação ao perfil tradicional de escolha do banco, o de apostar em “pratas da casa”.

— O mercado recebeu com bons olhos muito em função de ser um nome com muita experiência dentro do próprio Bradesco. O mercado já olha para o papel com alguma desconfiança há um tempo. Os últimos números, apesar de terem vindo ruins, apresentaram uma melhora. É necessária uma reorganização da carteira de crédito que ficou pesada — ressalta o operador de renda variável da Manchester Investimentos, Diego Faust.

Inadimplência elevada

Nos últimos trimestres, o Bradesco tem apresentado resultados avaliados como negativos e bem aquém de pares como o Itaú.

Na divulgação do terceiro trimestre deste ano, os indicadores até apresentaram melhora, mas a inadimplência elevada segue preocupando.

No período, o Bradesco registrou lucro recorrente de R$ 4,621 bilhões, alta de 2,3% na comparação trimestral e queda de 11,5% em relação a igual período do ano passado.

A carteira de crédito atingiu R$ 877,5 bilhões, com alta de 1% em relação a junho e queda de 0,1% em relação a setembro do ano passado. Em pessoa física, o saldo ficou em R$ 360,85 bilhões, com recuo de 0,1% no trimestre e alta de 2,3% em 12 meses.

O Bradesco fechou setembro com inadimplência de 6,1%, ante 5,9% em junho e 3,9% em setembro de 2022.

Concessão de crédito

Para os analistas, a maior exposição do banco às classes de pessoas física e pequenas e médias empresas, as primeiras a serem pressionadas pelo ciclo de alta de juros, contribuiu para os números ruins. A elevação acelerada da Selic fez a inadimplência e o risco de crédito aumentarem.

— É um nicho que tem taxas mais altas e que costumam ir bem quando a economia vai bem. Mas quando o cenário é ruim, reage pior do que a média. O banco deveria ter reduzido a concessão de crédito ao longo do período de bonança entre 2020 e 2021. A concessão foi feita de forma pouco criteriosa e o próprio Lazari reconhecia isso e eles estão tendo dificuldade de gerir essa carteira que tem uma inadimplência elevada — disse Soares.

Nishio destaca que os números devem continuar pressionados ainda no começo de 2024. A expectativa dele é que o banco termine o ano com crescimento de crédito em torno de 2%, bem abaixo da média do sistema, que deve ficar próxima dos 10%.

— Ele perdeu market share e isso demora um tempo para recuperar. Em um ciclo de crédito, quando se tem inadimplência subindo, a primeira coisa que se deve fazer é revisar seus processos de risco, mudar o mix, diminuir a originação. É um processo demorado e você ainda tem os créditos antigos gerando inadimplências.

Digital e alta renda

Lazari havia entrado no banco em 2018 e reforçou a aposta no digital, o que não foi suficiente para conter os números ruins em outras classes.

Para o especialista da Genial, a estratégia digital do banco ainda não se provou, especialmente na comparação com o Itaú e com players que nasceram nesse ambiente, caso do Nubank.

— Eles tentaram melhorar as unidades separadamente ao invés de focar no core. A melhor estratégia é não apartar as iniciativas digitais e sim melhorar a jornada do banco principal. Eles precisam melhorar a jornada do cliente, a eficiência, com digitalização de processos. Ficou um pouco para trás nessa experiência do cliente, no aplicativo.

Soares, da Órama, destaca que já existe uma expectativa de melhora, ainda que não seja refletida no valor da ação.

— Eles devem aumentar o critério para concessão, o que já tem sido feito. Há soluções mais de longo prazo que devem ser tomadas, como uma tomada de decisões mais rápidas. A melhora vai ser demorada, mas do ponto de vista de cultura parece que o banco tem acordado

Durante o mandato de Lazari, período marcado pela expansão dos bancos digitais, o Bradesco reduziu o número de agências de 4.617 ao final de 2018 para 2.754, um corte de 1.863 pontos de atendimento. A instituição conta ainda com 3.958 postos de atendimento e 765 unidades de negócios.

Ao final do terceiro trimestre, eram 86.102 funcionários, número pouco menor do que os 88.374 de setembro de 2022.

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