Nos últimos cinco anos, mais de um milhão de mulheres passou a investir em renda variável, uma alta de 658% de acordo com pesquisa da B3, a Bolsa brasileira, divulgada nesta sexta-feira. São 1,253 milhão que aplicam em ações e outros ativos de risco, como fundos imobiliários.
Considerando apenas as mulheres que aplicam na Bolsa, o número de investidoras fechou 2023 em 951,9 mil. É um grande crescimento, mas ainda está longe do número de homens que aplicam nesses papéis. Eles somam 3,7 milhões.
Elas representam somente 25% dos aplicadores — número que permaneceu estável no intervalo analisado. Desde 2019, o número de investidores do sexo masculino aumentou em 553%.
A faixa de idade mais disposta ao risco é entre 25 e 39 anos, que representa 46% das mulheres têm ações, seguida pela faixa dos 40 a 59 anos (34%).
A fatia que mais cresceu nos últimos cinco anos, no entanto, foi a de investidoras entre 18 e 24 anos (7%), com salto de 1.819,6%.
Christianne Bariquellim, superintendente de Educação da B3, atribui o maior interesse de mulheres pela renda variável à disseminação de informações sobre investimentos pela internet e à possibilidade de fazer aportes com valores menores.
Em 2018, elas começavam a investir com R$ 3,5 mil em média, contra R$ 2 mil deles. Atualmente, os valores medianos são de R$ 167 para mulheres e de R$ 62 para homens.
Ainda assim, Christianne reconhece que as mulheres têm a tendência de preferir investimentos com maior previsibilidade, como Tesouro Direto. Segundo ela, as investidoras só começam a aplicar em ações depois de terem estudado bastante o assunto.