O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), do Banco Central, reduziu hoje, pela sexta vez consecutiva, a taxa básica de juros do país, a Selic, em meio ponto percentual. A taxa agora passou de 11,25% para 10,75% ao ano.
A decisão foi unânime entre os oitos integrantes do Copom. Mas quem integra esse colegiado e é responsável por definir um dos principais parâmetros da economia e o maior instrumento do BC para combater a inflação?
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O colegiado do Copom é formado pelos oito diretores do BC e o seu presidente, Roberto Campos Neto, que a cada 45 dias se reúnem durante dois dias para definir a taxa de juros do país. A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação. Quando os preços sobem acima do previsto, a Selic é elevada para tentar frear essa alta.
É importante ressaltar que o Copom não pode aumentar ou diminuir a taxa Selic sem que, para isso, exista uma justificativa pautada na tendência do cenário econômico e no mercado brasileiros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já classificou a atual diretoria da autoridade monetária como "durona". E o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, é alvo frequente de queixas do presidente Lula pela parcimônia com que conduz a queda dos juros.
Campos Neto costuma responder que a decisão não é só dele, mas depende da maioria de votos do Copom. Mas quem são os integrantes atuais da diretoria do BC que compõem o colegiado? Confira a seguir
Conheça os membros do Copom:
Roberto Campos Neto - presidente do BC com mandato até dezembro de 2024
O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos neto, de 54 anos, fez graduação e mestrado nos Estados Unidos. Ele assumiu o comando do BC em 15 de novembro de 2018 e deve permanecer no cargo até dezembro de 2024.
Economista e com especialização em finanças tem a maior parte de sua carreira profissional atrelada à bancos. Campos Neto iniciou sua carreira no Brasil no Banco Bozano, que seria comprado na virada do milênio pelo Banco Santander, onde atuou por 18 anos.
Gabriel Muricca Galípolo - Diretor de Política Monetária com mandato até até março de 2027
Galípolo tem 39 anos, formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política. Atuou de 2017 a 2021 como presidente do Banco Fator e, desde de 2009, é sócio na própria empresa, Galípolo Consultoria, responsável por estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
O Diretor de Política Monetária é um cargo fundamental dentro do BC na definição dos juros, na interlocução com o mercado financeiro e também para a política cambial.
Ailton Aquino dos Santos - Diretor de Fiscalização com mandato até março de 2027
Ailton Aquino dos Santos é a primeira pessoa negra a ocupar um cargo na cúpula do BC. Atualmente ele é Auditor Chefe no Banco Central e tem mais 25 anos de casa. Também já ocupou o cargo de chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira do BC.
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Ele possui pós-graduação em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (1997), além de mais três especializações: Contabilidade Internacional, Engenharia Econômica de Negócios e Direito Público.
A diretoria de Fiscalização é o principal braço do BC na supervisão e monitoramento das instituições financeiras em áreas como modelo de negócios, liquidez e solvência.
Carolina Barros, diretora de Administração com mandato até dezembro de 2024
Carolina Barros é servidora de carreira da instituição e já exerceu as funções de Secretária-Executiva do Banco Central e Chefe de Gabinete da Diretoria de Administração. Desde 2012 é Chefe do Departamento de Comunicação.
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Terceira mulher a ocupar a diretoria do BC em mais de 50 anos, ela assumiu em abril de 2018 indicada pelo então presidente dao BC , Ilán Goldfajn, e deve permanecer no cargo até o fim de 2024 quando expira seu mandato.
Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica com mandato até dezembro de 2025
Diogo Abry Guillen tem 40 anos e é formado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde também concluiu o mestrado. Ele tem doutorado pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Ele foi indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2021 para substituir Fabio Kanczuk.
Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução com mandato até dezembro de 2025
Renato Dias de Brito Gomes, à frente da diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, tem 41 anos e é professor da Escola de Economia de Toulouse e pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique. O economista é bacharel e mestre pelo Departamento de Economia da PUC-Rio e PhD em economia pela Northwestern University.
Suas principais áreas de pesquisa são economia do setor público e economia industrial, com ênfase em regulação dos meios de pagamento, antitruste e defesa da concorrência. Seu mandato vai até 2025.
Otávio Damasco, diretor de Regulação com mandato até dezembro de 2024
Otávio Damaso é economista formado pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em Matemática para Economia e Administração pela mesma instituição. Funcionário de carreira do Banco Central há 17 anos, exerce desde 2011 o cargo de chefe de gabinete do presidente da instituição.
Paulo Picchetti assume em janeiro de 2024 substituindo Fernanda Guardado
Picchetti é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo e doutor em Economia pela Universidade de Illinois. Atualmente, trabalha como professor na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP).
Picchetti coordena o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) na FGV e acompanha a inflação há bastante tempo. Também foi coordenador de índice de preços na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Rodrigo Alves Teixeira assume em janeiro de 2024 substituindo Maurício Moura
Teixeira é servidor de carreira do BC com mais de 20 anos de casa. Ele tem graduação, mestrado e doutorado em economia pela Universidade de São Paulo (USP). Desde de janeiro, atua como secretário especial adjunto de Análise Governamental na Casa Civil;
Ele também trabalhou como vice-secretário municipal e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão da Prefeitura de São Paulo, entre 2013 e 2015, período em que o ministro Fernando Haddad estava à frente da Prefeitura.
Mandatos de 4 anos
Depois da autonomia do BC, sancionada em fevereiro de 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro, a diretoria da autoridade monetária passou a ter mandatos de 4 anos com possibilidade de recondução por só uma vez.
Outras duas cadeiras ficaram vagas em 31 de dezembro de 2023: as de Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, e de Maurício Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.
No dia primeiro de janeiro, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira assumiram, respectivamente, a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos ( substituindo Fernanda Guardado), e a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta (substituindo Maurício Moura).