O bilionário Elon Musk tinha conhecimento interno de uma frustração nos números de produção e entrega que a montadora de carros elétricos Tesla estava enfrentando quando vendeu mais de US$ 7,5 bilhões (R$ 39,3 bilhões) em ações da empresa em 2022, alegou um acionista da fabricante de veículos elétricos em uma ação judicial nos Estados Unidos.
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O CEO da Tesla tinha informações não públicas de que a empresa não cumpriria as metas do quarto trimestre daquele ano quando vendeu as ações por um valor mais alto que o que seria mais tarde precificado pelos investidores com a revelação da informação, alegou o investidor da Tesla, Michael Perry, no processo, aberto na quinta-feira no Tribunal da Chancelaria de Delaware.
Ao supostamente usar essas informações para vender parte de sua participação na Tesla em busca de recursos para reforçar a sua oferta pela aquisição do Twitter (que ele rebatizou de X), Musk teria usado sua posição na montadora como uma vantagem sobre os outros investidores e violado "seus deveres fiduciários” para com a empresa e seus acionistas, argumenta Perry na denúncia à Justiça americana.
O investidor pede à juíza Kathaleen St. J. McCormick (a mesma que obrigou Musk a honrar sua oferta de aquisição do Twitter) que obrigue o bilionáio a devolver à Tesla o lucro supostamente impróprio que obteve com a negociação das ações. Perry também acusa diretores de Tesla de cumplicidade.
Procurado pela Bloomberg, Alex Spiro, advogado de Musk, não retornou o contato para comentar o processo. Na ação, Perry diz que Musk afirmou no início de 2022 que a empresa desfrutava de "excelente demanda" e que esperava vender o máximo de carros naquele ano. Mas, em novembro de 2022, o empresário teria sido informado de que a Tesla não atingiria as metas para o último trimestre do ano.
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Antes de os dados se tornarem públicos, Musk vendeu US$ 7,5 bilhões em ações da empresa, descreve Perry na ação. Em 3 de janeiro de 2023, um dia depois de os números finalmente serem anunciados, as ações da Tesla despencaram 12%, segundo a denúncia.
O novo processo contra Musk aparece na mesma semana em que o bilionário de 52 anos concordou em responder a uma terceira rodada de interrogatórios da SEC, órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos Estados Unidos, numa investigação sobre sua aquisição do Twitter e se ele divulgou adequadamente sua participação inicial na plataforma.
Musk também já entrou em conflito com a SEC por causa de uma postagem no Twitter sobre a abertura de capital da Tesla. Foi multado e forçado a aceitar um “assistente de Twitter”, um advogado da Tesla designado para monitorar suas comunicações sobre a empresa na rede social.