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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 25/07/2024 - 00:00

Valorização do Iene Japonês impacta mercados globais

O iene japonês valorizou, impactando o dólar no Brasil devido a uma possível alta nas taxas de juros pelo banco central japonês. O fenômeno de carry trade foi explicado, influenciando a desvalorização do real. Resultados positivos de Tesla e Google nos EUA e preocupações com gastos em inteligência artificial afetaram os mercados globais. Empresas de tecnologia como Meta e Apple também registraram quedas. A aversão ao risco global refletiu no Ibovespa, que encerrou em ligeira queda. Juros futuros e ações de varejistas foram impactados, enquanto resultados financeiros de grandes empresas ainda são aguardados.

O dólar encerrou a quarta-feira em alta, cotado a R$ 5,65, com avanço de 1,27% em relação a terça. É a maior alta desde o dia 2 de julho, quando a moeda americana encerrou aquele dia cotada a R$ 5,66. Dentre as moedas emergentes, o real foi a que mais se desvalorizou no dia, perdendo só para o peso mexicano (que também caiu mais de 1% frente ao dólar).

Para quem pretende viajar, a cotação do dólar turismo chegou perto dos R$ 6 em casas de câmbio da capital paulista. Uma das explicações para essa desvalorização do real está do outro lado do planeta, no Japão.

Segundo analistas, os resultados de Tesla e Google, apresentados ontem nos EUA depois do fechamento do pregão, amedrontaram agentes do mercado diante do frenesi da inteligência artificial e muita gente no mundo buscou segurança no dólar, valorizando a moeda da maior economia do planeta.

Mas no Oriente, outra dinâmica influenciou a valorização do dólar e acabou mexendo com a cotação do real. A expectativa de que o banco central do Japão intervenha na política monetária e suba os juros do país — hoje em 0,1% ao ano — valorizou o iene e alavancou a desvalorização de moedas emergentes utilizadas numa operação conhecida como carry trade. O objetivo desse tipo de operação é lucrar com o diferencial de taxas de juros entre dois países.

O caso japonês

Por muito tempo, os juros japoneses ficaram abaixo do zero. Só neste ano que a taxa do país voltou para o campo positivo, depois de 17 anos operando no negativo.

Por isso, investidores do mundo inteiro realizaram um movimento intitulado de carry trade: a operação de 'carrego' envolve a compra de moedas em países de juros baixos e a troca delas por uma moeda não tão depreciada em uma economia com juros altos.

Neste caso, agentes compram ienes na economia japonesa com juro zero e convertem em reais para compra de títulos por aqui. A taxa básica no Brasil é, hoje, de 10,50%. Nesse primeiro movimento, o real tende a se valorizar. Mas a sinalização do Japão de que vai aumentar os juros provocou efeito contrário.

— Quando o BoJ (banco central japonês) sinaliza um aumento de juros, o diferencial de juros diminui, aumentando o risco dessa troca. Prevendo isso, os agentes desmontam as posições aqui e isso aumenta o risco do trade como um todo. E emergentes acabam sofrendo mais — explica Eduardo Grübler, gestor de multimercados da AMW, a gestora de recursos da Warren.

Apesar da redução do diferencial de juros ainda ser pequena, a economia japonesa traz mais solidez. Por aqui, a instabilidade na condução das contas públicas segue pressionando os ativos locais, como a moeda, aponta Jennie Li, estrategista de ações da XP.

— O fiscal tem pesado no mercado. Acho que isso continua sendo algo que os investidores estão preocupados. Em junho teve estresse, a temperatura baixou, mas é algo que segue importante para acompanharmos — afirma a analista, sobre a expectativa de mais sinais positivos sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal.

'Big techs' americanas também impactaram

O receio com os resultados da Alphabet, dona do Google, divulgados na segunda-feira após o encerramento das negociações acendeu um alerta. O lucro veio acima das projeções, mas os gastos robustos com inteligência artificial (IA) acenderam um sinal amarelo no mercado: será que atingimos um teto de ganhos nos papéis ligados à IA?

As bolsas americanas corresponderam: o índice Dow Jones terminou o dia em queda de 1,25%, aos 39.853 pontos; o S&P 500 fechou em baixa de 2,31%, aos 5.427 pontos. Já o Nasdaq, caiu 3,64%, aos 17.342 pontos. Concentrando os papéis de tecnologia, o índice teve o pior desempenho em quase dois anos: não se via uma queda assim desde 7 de outubro de 2022. Investidores venderam papéis, aumentando a demanda e por dólar e seu valor perante outras moedas.

Outras big techs, além da Alphabet — que terminou o dia caindo 5,03% — acompanharam o recuo: a Nvidia, que produz chips para o processamento de IA, caiu 6,8%; a Apple recuou 2,88%; a Microsoft perdeu 3,59% e a Meta, gigante das redes sociais, também recuou 5,61%.

Para Jennie Li, da XP, o Ibovespa acabou refletindo a aversão global à tomada de risco. O principal índice da bolsa encerrou as negociações dessa quarta-feira, 24, em ligeira queda de 0,13%, aos 126.422 pontos.

Os juros futuros também tiveram alta. Ações correspondentes, como de varejistas, foram as mais penalizadas, já que o movimento foi motivado pelo avanço da cotação o dólar.

A Microsoft divulga o seu balanço no próximo dia 30; Meta, no dia seguinte, e Apple, no dia primeiro de agosto. A Nvidia divulga seus resultados só no fim do mês que vem, no dia 28.

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