Finanças
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Por — Rio de Janeiro

O Federal Reserve (Fed), banco central americano, decidiu hoje manter a taxa básica de juros nos EUA entre 5,25% e 5,5% ao ano. Foi a oitava vez seguida que a autoridade monetária americana decidiu pela manutenção dos juros, que está no maior patamar em duas décadas desde julho de 2023, com repercussões no mercado financeiro de todo o mundo.

Em coletiva logo após o anunciado, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa de juros poderia 'estar na mesa' na próxima reunião, que acontece em setembro:

— Se víssemos, por exemplo, a inflação caindo rapidamente, ou mais ou menos em linha com as expectativas, o crescimento permanecendo razoavelmente forte e o mercado de trabalho permanecendo consistente com sua condição atual, então eu pensaria que um corte na taxa poderia estar na mesa na reunião de setembro — afirmou o chefe da autoridade monetária americana.

Essa decisão era consenso nas previsões de 110 casas ouvidas pela agência Bloomberg. Hoje, no início da noite, é a vez de o Banco Central do Brasil anunciar a taxa brasileira. A maioria dos analistas apontam também pela manutenção da atual taxa básica de juros brasileira, a Selic, em 10,5% ao ano.

No comunicado divulgado pelo Fed, o Fomc, seu comitê de política monetária, afirmou que "aguarda novos dados de inflação indicando o movimento em direção à meta de forma sustentável para se sentir confiante" em cortar os juros. O documento diz ainda que a "taxa de desemprego aumentou, mas continua em patamar baixo", o que ainda preocupa do ponto de vista inflacionário.

A votação dos conselheiros que compõem o Fomc foi unânime pela manutenção. O comitê julga que os riscos de sua política monetária para atingir metas de emprego e inflação continuam a se mover para um melhor equilíbrio.

“Nos últimos meses, houve algum progresso adicional em direção à meta de inflação de 2%”, diz o texto. A avaliação do Fed é a de que a inflação diminuiu no ano passado, mas continua "um tanto elevada" neste ano.

À espera de Powell

Agentes do mercado financeiro viram o comunicado como um indicador de que o início de um ciclo de corte está próximo.

"A desaceleração da inflação cria flexibilidade para realizar cortes nas taxas. A urgência virá das preocupações com o mercado de trabalho, que só começaram a aumentar”, apontaram analistas do Citi, mais cedo, em relatório divulgado pelo banco.

Apesar da manutenção do nível atual — ela está neste patamar há nove reuniões —, essa pode ser a última reunião em que a banda entre 5,25% e 5,5% seja anunciada. A expectativa é que a próxima assembleia do Fomc, em setembro, deve sacramentar o início da queda dos juros. Segundo a pesquisa FedWatch, do CME, a probabilidade do corte para a banda entre 5% e 5,25% em setembro é de 89,6%.

No início do ano, as expectativas de cortes ainda no primeiro semestre minguaram. Dados de uma economia resiliente, com inflação alta e mercado de trabalho a todo vapor, não arrefeceram, impedindo o movimento. Agora, esses mesmos dados apresentam diminuição gradual, demonstrando desaquecimento.

Na semana passada, o índice de preços ao consumidor de junho, o PCE, veio em linha com as expectativas, com alta de 0,1%. Ontem, o número de abertura de postos de trabalho nos EUA em junho ficou estável na comparação com o mês anterior.

Japão decidiu hoje nova taxa

Também nesta quarta, o Banco do Japão (BoJ) elevou sua taxa básica de juros de 0,1% para 0,25%. E também anunciou que reduzirá seu ritmo de compra de títulos. Até março, a taxa no país era negativa.

Por volta de 14h45, o iene valorizava 1,31% frente ao dólar. Em Tóquio, o índice Nikkei 225 fechou em alta de 1,59%. O alto grau de incerteza que antecedeu a reunião desta quarta manteve o iene e as ações japonesas em uma montanha-russa nos últimos dias.

O real, que já anda desvalorizado por conta da instabilidade com as contas públicas brasileiras e o patamar alto dos juros americanos, tende a sofrer ainda mais com a decisão do Japão.

— O iene mais valorizado tem prejudicado o desempenho de moedas utilizadas nas operações de carry trade ou 'carrego', como peso mexicano e o real. Então, a decisão do BoJ deve pressionar uma alta da nossa taxa de câmbio — afirma Leonel Mattos, analista de mercado do banco de câmbio StoneX.

(com Bloomberg)

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