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Por — Rio de Janeiro

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GERADO EM: 28/08/2024 - 18:13

Ibovespa bate recorde com nomeação para BC e influência dos EUA

O Ibovespa atingiu novo recorde após nomeação de Gabriel Galípolo para o Banco Central. Previsibilidade e independência do governo impulsionaram o mercado. A taxa de juros dos EUA influencia investimentos globais. Ações como Petrobras e Marfrig lideraram ganhos, enquanto São Martinho sofreu com incêndios. Juros futuros em alta refletem expectativa de aumento da Taxa Selic. Dólar subiu, mas movimentos técnicos e dados econômicos dos EUA podem influenciar.

Com Gabriel Galípolo anunciado no meio da tarde como indicado do governo para o comando do Banco Central a partir de 2025, o Ibovespa inverteu o sentido de queda que apresentava durante todo o dia e fechou em alta de 0,42%, aos 137.344 mil pontos.

O índice superou o então recorde, alcançado na segunda-feira.

Para Adriano Yamamoto, chefe da corretora do C6 Bank, a nomeação ajudou a impulsionar o principal índice da Bolsa. A confirmação do nome, afirma, indica previsibilidade:

— Ajuda a dar tranquilidade. O mercado precisava de um nome para adotar estratégias daqui pra frente. Há a leitura de que o Galípolo pode adotar uma linha mais independente de interferência de governo — ele diz, comparando o anúncio ao sacramento, feito na semana passada, por Jerome Powell, que sinalizou um corte no juro americano em setembro e as bolsas refletiram.

Uma redução no juro americano, já esperado para setembro, ajuda a Bolsa a renovar os recordes no Brasil, segundo relatório do Itaú BBA:

"Esse movimento tem sido ajudado pelos mercados internacionais, que também subiram, e pelo ingresso do capital estrangeiro no mês de agosto na Bolsa. Os mercados avançaram e, neste momento, buscam convencer os investidores de que mais uma rodada de alta pode estar por vir", diz o documento, assinado por Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta.

A taxa de juros dos EUA dita o ritmo de aplicações no mercado financeiro de todo o mundo. Ela é capaz de atrair o apetite de investidores, que escolhem investir nos títulos americanos, as treasuries, que são considerados os investimentos mais seguros do mundo.

Como a taxa básica dos EUA no atual patamar, entre 5,25% e 5,5% — o maior nível desde 2001 —, ela se torna mais atraente, levando investidores a tirar capitais de diversos países e “depositando” naquele que é considerado o principal porto seguro.

Mas, com perspectiva de queda no juro por lá, os investidores se antecipam e iniciam uma corrida por ativos de maior risco em todo o mundo, já que eles podem dar retornos maiores que os títulos do Tesouro americano.

Com peso no índice, as ações da Petrobras encerraram o dia em alta. Os papéis ordinários da empresa (com direito a voto) fecharam a negociação valendo R$ 43,23, em valorização de 2,27%. Quem liderou o índice foi a Marfrig, com valorização de 2,6%, a R$ 14,99.

Ampliada ontem pela valorização do minério de ferro nas bolsas asiáticas e o anúncio do novo CEO, a Vale recuou 0,74% nesta quarta-feira, a R$ 59,37.

Juro futuro disparou

Depois de declarações feitas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento durante a manhã, os agentes aumentaram as apostas num aumento da Taxa Selic. A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 chegou a alcançar os 10,94%, 44 pontos-base acima da taxa básica atual, a Selic, hoje em 10,5%.

Essa diferença indica que os agentes entendem que, daqui a cinco meses, a taxa pode estar mais alta do que o atual patamar. E aí, contratos realizados hoje, tendem a render mais, embutindo no “prêmio” (ou o valor a ser pago) uma possível alta na Selic.

— Avaliando o vértice mais curto, já se precifica um aumento. A dúvida é: o Copom decidirá pela manutenção e adotará um tom mais hawkish (duro) através do discurso, esperando ancorar um pouco mais o comportamento da inflação, ou a gente terá um aumento em setembro? — diz Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.

Com a disparada dos juros futuros, ações sensíveis, voltadas ao mercado doméstico, foram impactadas: Renner recuou 3,76%, a R$ 28,15; Magazine Luiza caiu 2,15%, aos R$ 13,18; CVC perdeu 1,91%, aos R$ 2,05, e Azzas diminuiu 1,56%, aos R$ 52,96.

As perdas foram lideradas pela São Martinho pelo segundo pregão seguido. A empresa foi impactada pelos incêndios florestais que assolam o interior do país e terminou o dia em queda, a R$ 28,15, recuando 4,06%.

Em fato relevante divulgado na noite de segunda-feira, a São Martinho afirmou que aproximadamente 20 mil hectares de cana-de-açúcar foram atingidas pelos “incêndios generalizados que afetaram o setor”.

Já o dólar encerrou o dia em alta de 0,99%, cotado a R$ 5,55. Para Paula Zogbi, gerente de análise da Nomad, o nome de Galípolo já estava “precificado”, e a divisa acabou não correspondendo a confirmação:

— A moeda aprecia por movimentos técnicos de virada do mês. Agosto foi um mês de queda de mais de 3%, e há recalibragem de portfólio — diz.

Para ela, o câmbio pode corresponder, na quinta e sexta, a divulgação de novos dados importantes da economia americana: o PCE mensal, o índice de preços ao consumidor, e o PIB do segundo trimestre do país.

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