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GERADO EM: 31/08/2024 - 04:01

"Dólar fecha em alta após intervenções do BC"

Apesar de duas intervenções do Banco Central, o dólar não caiu, fechando em alta de 0,17% a R$5,63. Com perspectiva de alta dos juros e contas públicas desfavoráveis, o mercado reagiu com cautela. Intervenções do BC frearam a valorização ainda maior da moeda. Novas intervenções estão previstas.

O dólar voltou a fechar em alta ontem mesmo após duas intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, no total de US$ 3 bilhões. A cotação da moeda americana oscilou muito ao longo do dia e fechou a R$ 5,63, alta de 0,17%.

Além do dólar, os juros futuros também subiram, com o mercado refletindo resultados das contas públicas piores do que o previsto. O Ibovespa caiu 0,03%, com ações voltadas para o setor doméstico mais afetadas pela crescente perspectiva de alta dos juros básicos.

A primeira intervenção no dólar aconteceu logo no início da manhã. O BC vendeu US$ 1,5 bilhão em leilão à vista da moeda americana, reafirmando em comunicado que a ação se deu para lidar com um movimento “atípico” no mercado cambial. Foi a primeira vez em dois anos que a autoridade monetária fez um leilão de dólar à vista.

No início dos negócios a moeda americana caiu e a cotação chegou a ficar abaixo de R$ 5,60. Porém, voltou a subir, aproximando-se de R$ 5,70 depois das 13h.

O BC fez uma segunda intervenção, com a venda de mais US$ 1,5 bilhão no mercado futuro através de swap cambial (troca de dívida à frente em real por pagamento em dólar). Dessa segunda venda, apenas 15,3 mil dos 30 mil contratos oferecidos foram vendidos, totalizando US$ 765 milhões.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em evento do Santander, diz que outras intervenções podem ocorrer — Foto: Divulgação / Santander
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em evento do Santander, diz que outras intervenções podem ocorrer — Foto: Divulgação / Santander

A cotação do dólar chegou a perder fôlego, mas foi subindo lentamente até fechar a R$5,63, a quinta alta seguida. No ano, o dólar tem valorização de 16,10%.

Ao participar de evento em São Paulo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que outras intervenções no câmbio poderão acontecer.

— Nós entendemos que o BC precisava fazer essa intervenção para balancear o fluxo. A gente está mapeando. Se for preciso (fazer) mais intervenções, assim faremos — afirmou Campos Neto em evento de uma gestora, explicando que o câmbio é flutuante exatamente porque tem a função de absorver choques. — Quando há um momento de disfuncionalidade, fazem-se intervenções.

Horas depois, no início da noite, o BC anunciou que fará mais uma intervenção na próxima segunda-feira. Outros 14,7 mil contratos de swap cambial serão ofertados ao mercado.

BC freou alta maior

Para analistas, as intervenções do BC frearam uma alta ainda maior da moeda americana, diante de números ruins das contas públicas divulgados ontem pela manhã, que foram piores do que o previsto.

— O câmbio deveria estar buscando ou ultrapassado os R$ 5,70. Se o leilão do BC não tivesse acontecido, principalmente o de swap, o dólar já teria encostado nesse valor — ponderou Marco Maciel, economista-chefe do Banco Fibra.

Segundo Alexandre Viotto, gerente de câmbio da EQI Investimentos, cada US$ 500 milhões em intervenções freiam um centavo da cotação do dólar:

— US$ 3 bilhões de dólares enxugaram gelo. O BC jogou no mercado cedo e, com essas contas, segurou seis centavos. Quando ele entra fazendo essas intervenções, ele diz: “não vem contra mim, porque eu posso colocar mais”.

Para Maciel, além do resultado ruim das contas públicas em julho, a proposta de Orçamento de 2025 pelo governo embute perspectivas difíceis de serem cumpridas, como aumento de arrecadação de impostos e revisão de benefícios sociais.

— Esses pontos todos que giram no curto prazo, como o déficit de julho, com despesas obrigatórias crescendo, questões estruturais de longo prazo do lado fiscal para 2025, embutem endereçamentos insuficientes para equilíbrio das contas este ano e no ano que vem — diz o economista do Fibra.

Além do efeito negativo das contas públicas, o mercado trabalha com a perspectiva de alta da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em setembro.

Uma declaração de Campos Neto ontem em São Paulo reforçou as avaliações. O presidente do BC afirmou que “qualquer ajuste que houver será gradual”. A leitura é que o eventual ciclo de aumento dos juros deve começar com uma alta de 0,25 ponto na taxa básica na próxima reunião, elevando a Selic para 10,75%.

Juros em alta

O banco suíço de investimentos UBS BB é um dos que está prevendo um aperto monetário a caminho. “Ouvindo várias declarações do Banco Central nas últimas semanas e dias, acreditamos que 0,25 ponto é a escolha preferida e mais provável do comitê”, diz relatório do banco.

Diante das análises de alta na Selic, as taxas de juros futuros subiram ontem. O DI para outubro de 2024, que reflete apostas para o Copom de setembro, ficou em 10,526%. Para janeiro de 2026, a taxa DI terminou o dia negociada a 10,995%.

Na B3, as ações de empresas mais diretamente ligadas ao consumo caíram: Petz recuou 5,81%; Magazine Luiza perdeu 5,66%; Azzas caiu 3,39%. A Azul, que desabou mais de 20% na quinta-feira, perdeu mais 2% ontem. (Colaborou Thaís Barcellos)

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