BRASÍLIA — O governo federal prepara uma campanha publicitária pelo “uso consciente” de energia elétrica e de água, em meio a uma grave crise hídrica na região das principais usinas hidrelétricas do país.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) prevê gastar R$ 20 milhões na campanha, que será nacional, de acordo com documento do órgão ao qual o GLOBO teve acesso.
O parecer técnico de mídia da Secom diz que o objetivo da ação é alcançar a população brasileira com a “mensagem da campanha, aumentando assim a frequência e cobertura” da ação.
Para economizar, ligue o aparelho apenas quando for dormir e desligue logo ao acordar. Uma opção é usar a função sleep, disponível em alguns modelos. Outro cuidado é manter o ar-condicionado em temperatura adequada. Especialistas recomendam 23ºC. Não é preciso colocar temperatura muito baixa, para não gastar muita energia. Foto: Pixabay
Em uma família com quatro pessoas, o uso do chuveiro elétrico corresponde a cerca de 25% da conta de luz. Para economizar, evite banhos muito longos e dê preferência a usar o chuveiro no modo verão, que economiza até 30% de energia Foto: Pixabay
Quando a porta fica muito tempo aberta, o motor funcionará mais, gastando mais energia. É importante também manter a borracha de vedação da porta da geladeira em bom estado. Ao viajar, uma opção é esvaziar a geladeira e desligá-la da tomada. Foto: Pixabay
A substituição de lâmpadas incandescentes pelas de LED pode gerar uma redução de 75% a 85% no consumo de energia. Além disso, essas lâmpadas duram mais. Em relação às lâmpadas fluorescentes, a economia é de cerca de 40% Foto: Pixabay
Dê preferência a lavar uma grande quantidade de roupas, para economizar água e energia. Evite colocar muito sabão, para não ter de enxaguar duas vezes. Na hora de passar, a melhor opção é juntar roupas e passar uma grande quantidade de uma vez. Desligue o ferro quando for interromper o serviço. Use a temperatura indicada para cada tipo de tecido e comece pelas roupas mais leves. Foto: Pixabay
O uso do ventilador de teto durante 8 horas por dia gera um gasto de apenas R$ 18 por mês. Mesmo assim, é importante evitar deixar o aparelho ligado quando não houver ninguém no cômodo. Na hora de comprar, lembre-se que quanto maior o diâmetro das hélices, maior o consumo de energia. Foto: Pixabay
No caso dos eletrônicos, a recomendação é desligar o televisor e os videogames quando ninguém tiver usando. Retirar os aparelhos da tomada também ajuda a poupar energia. Foto: Arquivo
A campanha publicitária deverá oferecer “abrangência da comunicação para o território nacional, mas que devido a restrição orçamentária, seja priorizado os mercados com o maior consumo de energia e água potável”, de acordo com o texto.
Crise hídrica tem impactado os preços da energia e também dos alimentos Foto: Dado Galdieri / O Globo
Desde dezembro do ano passado o governo tem no ar uma campanha pelo “consumo consciente” de energia elétrica com inserções em nível nacional, em cadeia de TV, rádio e mídia digital, além de aeroportos e pontos de ônibus.
Com o agravamento da crise hídrica, o governo federal prevê agora intensificar a campanha publicitária. O mote da campanha diz que a utilização da energia elétrica e da água de forma racional é uma atitude cada vez mais importante para toda a sociedade.
“A presente ação de comunicação tem como objetivo mobilizar a população para o uso consciente da energia elétrica e água, por meio da divulgação de exemplos simples de como é possível evitar o desperdício de energia e água no dia-a-dia das famílias, estimulando a adoção de atitudes que possam reduzir o consumo e evitar desperdícios”, diz o parecer de publicidade da Secom.
Energia elétrica foi a maior pressão sobre o IPCA, com alta de 5,37% Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
A Secom lembra que quando há pouca água armazenada nos reservatórios, usinas termelétricas são ligadas com a finalidade de poupar o recurso hídrico. Com isso, o custo de geração aumenta, pois, essas usinas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo combustível e diesel.
Trocar lâmpadas, desligar aparelhos em stand-by e optar por produtos eficientes podem ajudar a reduzir a conta de luz
Lâmpadas
Foto: Wang Zhao / AFP
Em geral, a fluorescente compacta é quatro vezes mais econômica e dura de oito a 10 vezes mais que a incandescente. Considere também substituição por lâmpadas LED.
Geladeiras
Foto: Carlos Ivan / Agência O Globo
São classificadas quanto à eficiência energética. Um refrigerador frost-free pode economizar mais de R$ 180 por ano. Em cinco anos, a economia é de quase R$ 1 mil reais, praticamente o valor de uma geladeira nova.
Televisores
Foto: Arquivo
A etiquetagem refere-se ao consumo em modo de espera (stand-by). Um televisor ligado na tomada, em modo espera, pode gastar até R$ 2/mês. Somando todos os aparelhos de TV da casa, além do micro-ondas e outros aparelhos ligados direto na tomada e que possuem lâmpada em modo de espera, a conta de energia pode aumentar até R$ 2 por aparelho.
Condicionadores de ar
Foto: Agência O Globo
Para iniciar o uso, feche as portas do ambiente, ligue no máximo e espere refrigerar. Depois, pode-se diminuir a intensidade de refrigeração para manter a temperatura confortável. É importante não deixar as portas abertas. E, caso ninguém esteja usando o ambiente, desligue o aparelho.
Esta etiquetagem é diferente, pois, em vez da eficiência energética, o Inmetro classifica a potência do aparelho. A diferença de um chuveiro B (menos potente disponível hoje no mercado) para um G (mais potente) pode variar bastante.
Chuveiros elétricos 2
Foto: Divulgação
Compre o produto mais adequado a sua localidade: se você mora em uma região quente do País, um chuveiro A , B ou C é suficiente para aquecer a água a uma temperatura confortável. Se você mora em uma região mais fria, chuveiros E, F e G seriam mais adequados. Em dias mais quentes, use o chuveiro no modo “verão” ou potência mínima.
A campanha tem dicas para economia de energia como o uso de lâmpadas de LED, banhos curtos, desligar equipamentos antes de sair de casa, não ligar muitos aparelhos na mesma tomada e verificação das borrachas da geladeira.
Por conta da falta de chuvas, o governo tem feito uma varredura em buscas de usinas termelétricas para aumentar a geração por essa fonte, normalmente mais caras e mais poluentes. O objetivo é economizar água nos reservatórios, para não faltar o recurso nos momentos de pico da demanda e no auge da seca, entre setembro e novembro.
A principal preocupação é com a região hidrográfica do Paraná, que abrange sete estados e que abriga os principais reservatórios de regulação do sistema elétrico.
Hidrelétrica na bacia hidrográfica do Paraná Foto: Reprodução
O nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste fechou o mês de maio no menor volume desde 2001, quando o país passou por um racionamento. De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as barragens das hidrelétricas dessas regiões encerraram o mês passado com 32,11% da capacidade.
O percentual é superior apenas a maio de 2001, quando era 29,88%. Depois de 2001, o nível dos reservatórios se recuperou e voltou a cair a partir de 2014. Nos últimos sete anos, o nível não passou de 60% para os meses de maio, o que é considerado baixo para o período.