Economia

Guedes volta a defender imposto sobre transações digitais e se queixa de 'guerra de narrativas'

Ministro quer criar tributo para substituir contribuição sobre salários e nega comparação com extinta CPMF
O ministro da Economia, Paulo Guedes, na reunião ministerial Foto: Marcos Corrêa/PR
O ministro da Economia, Paulo Guedes, na reunião ministerial Foto: Marcos Corrêa/PR

BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender neste domingo a criação de um imposto sobre transações financeiras para custear a desoneração da folha de pagamentos. Guedes se queixou do que considera uma interdição do debate, por causa da comparação do sistema com a antiga CPMF.

— Ele (o novo tributo) tem uma base de incidência que traficante de drogas não escapa, traficante de armas não escapa, ninguém escapa, corruptos não escapam. Quando todos pagam, é possível com uma alíquota pequenininha desonerar a folha de pagamentos — afirmou o ministro, em entrevista à CNN.

A criação de um tributo enfrenta resistência no Congresso e até do presidente Jair Bolsonaro, que já se posicionou contra a ideia publicamente.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Casa não pautará nenhum projeto nessa linha .

Reforma tributária ainda neste ano

Guedes afirma, no entanto, que há uma "guerra de narrativas" que prejudica o debate:

— Quando você fala que vai criar uma CPMF, você interditou um debate que não era esse. O debate era sobre transações digitais, sobre pagamentos, é um outro debate. É uma guerra de narrativas.

O ministro afirmou que o governo enviará ao Congresso uma proposta de reforma tributária abrangente e espera que a medida seja aprovada ainda neste ano:

— Eu acho que nós vamos aprovar uma reforma tributária este ano.