HONG KONG - A Evergrande, gigante da construção civil chinesa altamente endividada que levou nervosismo aos mercados financeiros globais nas últimas semanas, venderá o controle de uma de suas subsidiárias para a rival Hopson Development, segundo noticiou a mídia local nesta segunda-feira.
Com o negócio, a Evergrande deve levantar US$ 5 bilhões - uma importante injeção de recursos no combalido caixa da empresa, que corre contra o tempo para evitar um calote oficialmente declarado. A empresa tem ao todo US$ 305 bilhões em dívidas.
A iminência da conclusão da venda levou a empresa a solicitar a suspensão das negociações com suas ações na Bolsa de Hong Kong. Os papéis da Hopson Development também tiveram suas operações suspensas.
O dia de hoje é decisivo para a Evergrande. Segundo fontes relataram à Bloomberg, um título de dívida no valor de US$ 260 milhões de uma das empresas do conglomerado venceu no último domingo – a data limite para pagamento então seria esta segunda-feira, dia útil.
Como este título não tem “período de graça”, jargão do mercado para se referir a um prazo de carência durante o qual a empresa não pode ser decretada ainda oficialmente inadimplente, a situação da empresa pode se complicar.
Terceira maior construtora da China, a Evergrande é considerada a empresa mais endividada do mundo.
O governo tem tentado incentivar empresas estatais e conglomerados rivais a comprarem ativos da companhia. Vários
projetos da empresa estão paralisados
, causando revolta em pequenos investidores e pessoas que compraram apartamentos inacabados construídos pela gigante imobiliária.
Só neste ano, os papéis da Evergrande já caíram 80%. E as ações da Evergrande Property Services (a outra empresa com ações suspensas no pregão desta segunda) despencaram 43% desde o início de 2021.