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Ações do Facebook caem 4,89%, em dia com problemas no sistema e investigações

Esta foi a maior queda da empresa desde 9 de novembro. Companhias de tecnologia têm dia de baixas, com sentimento negativo nos mercados
Papéis da empresa tinham queda firme nesta segunda-feira. Foto: Reuters
Papéis da empresa tinham queda firme nesta segunda-feira. Foto: Reuters

RIO —  As ações do Facebook, negociadas na Bolsa de Nasdaq, tiveram queda de 4,89%, sendo cotadas a US$ 326,23. Os papéis da empresa chegaram a cair para seu nível mais baixo desde junho nesta segunda-feira em meio a denúncias contra a empresa e a queda nos seus serviços . Esta foi a maior baixa em um pregão da empresa desde 9 de novembro.

O Facebook confirmou que usuários estão tendo dificuldades para acessar seus aplicativos, incluindo WhatsApp e Instagram, no início da tarde desta segunda-feira. Em nota, a empresa disse "estar trabalhando para que tudo volte ao normal o quanto antes".

“Estamos cientes de que as pessoas estão tendo dificuldade para acessar nossos aplicativos e produtos. Estamos trabalhando para que tudo volte ao normal o quanto antes", disse o Facebook em comunicado.

Usuários do WhatsApp, Facebook e Instagram relataram que estão enfrentando falhas no envio de mensagens e no carregamento de postagens das redes sociais na tarde desta segunda-feira.

Outras tech também caem

A queda do Facebook ocorreu em um dia bastante negativo para os mercados , com as bolsas americanas apresentando fortes baixas.

O índice Dow Jones encerrou em queda de 0,94%, e o S&P, de 1,30%. O Nasdaq caiu 2,14%.

Entre os motivos, estão preocupações com o cenário inflacionário global em um contexto de crescimento menor, além das complicadas negociações sobre o teto da dívida americana.

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Essas preocupações culminaram em um novo dia de alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries. E justamente as compnhias de tecnologia acabam sendo mais afetadas pela alta dos juros, já que atuam pensando no longo prazo.

As ações do Twitter cederam 5,79%. A Alphabet, controladora do Google, caiu 1,98%. Na Apple, as perdas foram de 2,46% e na Amazon, de 2,85%. No caso da Microsoft, a baixa foi de 2,07%.

Fortuna de Zuckerberg menor

A fortuna pessoal de Mark Zuckerberg caiu em mais de US $ 6 bilhões em poucas horas, derrubando-o um degrau na lista das pessoas mais ricas do mundo, depois do pregão caótico para a empresa, segunda a Bloomberg.

A queda das ações fez com que a fortuna de Zuckerberg caísse para US$ 120,9 bilhões, deixando-o abaixo de Bill Gates, fundador da Microsoft, na quinta posição no Índice de Bilionários da Bloomberg.

Zuckerberg perdeu cerca de US$ 19 bilhões em riqueza desde 13 de setembro, quando seu patrimônio era avaliado em quase US$ 140 bilhões, de acordo com o índice.

Denúncias contra a rede

O problema no sistema se soma às denúncias que a empresa já vinha enfrentando. Uma denunciante se revelou pela primeira vez e acusou o gigante da mídia social de colocar “lucro acima da segurança” de seus usuários.

— Houve conflitos de interesse entre o que era bom para o público e o que era bom para o Facebook. O Facebook sempre escolheu otimizar para seus próprios interesses, como ganhar mais dinheiro — disse Frances Haugen ao noticiário “60 Minutes”,  programa jornalístico da CBS News, na noite de domingo.

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Gerente de produto que trabalhou na equipe de desinformação cívica da rede social antes de deixar a companhia em maio, ela usou os documentos da empresa que havia reunido para demonstrar o quanto o Facebook sabia sobre os danos que estava causando. Com isso, forneceu evidências para legisladores, reguladores e o meios de comunicação.

Haugen  entregou vários dos documentos ao The Wall Street Journal, que desde o mês passado vem publicando as informações.

As revelações — incluindo que o Facebook sabia que o Instagram estava piorando problemas relacionados a imagens corporais entre adolescentes — levantaram críticas vindas de legisladores, reguladores e do público.