Economia Imóveis

Lançamento de imóveis residenciais cresce 27% e bate recorde em 2021. Vendas aumentaram 4%

Empreendimentos de médio e alto padrão registraram altas e os populares desaqueceram
Foram lançadas 153 mil unidades em 2021 Foto: Hudson Pontes / Agência O Globo
Foram lançadas 153 mil unidades em 2021 Foto: Hudson Pontes / Agência O Globo

RIO - O número de lançamento de imóveis residenciais no ano passado cresceu 27% na comparação com 2020, batendo recorde na série história iniciada em 2014. Ao todo, foram mais de 153 mil unidades novas no mercado de janeiro a dezembro.

As vendas aumentaram 4% em 2021, também registrando um novo recorde. Ao desconsiderar os distratos, este índice sobe para 4,5%, totalizando 126,7 mil imóveis comercializados. Os dados são da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) com a Fipe, e o levantamento é realizado com 18 incorporadoras.

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Os empreendimentos do Programa Casa Verde Amarela são em quantidade os que têm mais relevância, mas, na comparação com o ano anterior, as vendas mantiveram-se praticamente estáveis e os lançamentos tiveram queda de 12%.

O movimento é contrário ao dos residenciais de médio e alto padrão, categoria que cresceu 226% em lançamentos e 21% nas vendas no período. Foram 64.5050 imóveis novos e 27.937 contratos fechados.

Para Luiz França, presidente da Abrainc, o mercado se manteve resiliente na pandemia e as perspectivas são otimistas para 2022, “mas atentos ao cenário econômico atual”.

“No acumulado do ano, os lançamentos e vendas tiveram crescimento, inclusive superando as séries históricas, sinalizando o bom desempenho em geral das incorporadoras”.

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Financiamentos caíram em fevereiro

Nesta quarta-feira, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) também divulgou balanço. Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas da poupança atingiram R$ 11,8 bilhões em fevereiro de 2022. O montante foi 18,7% inferior ao de janeiro e 5,1% menor que fevereiro de 2021.

O resultado, segundo a entidade, reflete a sazonalidade comum aos inícios de ano, pressionada pelos gastos como IPTU, IPVA e despesas escolares.

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Perfil dos compradores

Um outro levantamento, realizado pela assessoria digital para crédito imobiliário Kzas Krédito, mostra os diferentes perfis gerais de compradores em algumas das principais capitais do país.

Enquanto o morador de Curitiba não fica limitado à escolha de regiões específicas, uma vez que o bom planejamento urbano da cidade lhe permite se deslocar melhor, no Rio e em São Paulo, a localização é ponto crítico.

— Os paulistanos buscam os imóveis muito mais próximos dos seus empregos ou de transportes públicos que facilitem seu trânsito, mesmo que isso custe mais caro e o espaço seja muito menor, o que gera uma corrida por locais específicos e discrepância imensa em valores por região — explica Renato Martins Rodrigues, diretor de Operações da Kzas Krédito.

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No Rio, o comprador vive um outro cenário, diz ele. É que além da dificuldade com o deslocamento, há a escassez de terrenos e novos projetos. Com isso, os preços sobem e os moradores acabam tomando como padrão apartamentos mais antigos e menores..