Economia

Maia vê Guedes enfraquecido no governo: 'Isso não é bom para o Brasil'

Presidente da Câmara diz ter dúvidas se Planalto ainda defende a agenda econômica do ministro. E afirma que vai tentar votar projeto que unifica PIS e Cofins neste ano
O ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia Foto: Jorge William / Agência O Globo
O ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia Foto: Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA —  O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou nesta quarta-feira  que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está "enfraquecido" no governo.

—  Vejo Paulo Guedes enfraquecido sim, pela políticas que defende. E isso não é bom para o Brasil — afirmou em entrevista coletiva após um café com jornalistas.

Durante a conversa, Maia afirmou que há grupos dentro do governo que defendem não levar adiante mais medidas de restrição de despesas.

—   Não sei mais qual a política econômica do governo. Guedes mantém, não é porque  tenho relação difícil que vou desqualificar, ele pensa em privatização, reformas, na PEC emergencial. Minha dúvida é se Guedes é  majoritário no governo. Acho que não é. Militares defendem historicamente a ampliação de gastos. Políticos também defendem. Meu sentimento é que Paulo perdeu o comando dessas políticas desgastantes e polêmicas que podem gerar resultado no médio prazo. Minha impressão é que o governo desistiu do que é polêmico e pode tirar voto — disse  Maia.

O presidente da Câmara também afirmou que pretende votar ainda em 2020 o projeto do governo que unifica os tributos PIS e Cofins na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

Ele pediu ao relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que apresente seu parecer para viabilizar a votação até a próxima semana.

— Seria uma sinalização importante para a reforma tributária — disse Maia em café da manhã com jornalistas.

O presidente da Câmara ironizou que o governo obstrui a PEC da reforma tributária por ter partido dele e disse que não faria o mesmo com o projeto do governo por concordar com o mérito.