BRASÍLIA — O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou nesta quarta-feira que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está "enfraquecido" no governo.
— Vejo Paulo Guedes enfraquecido sim, pela políticas que defende. E isso não é bom para o Brasil — afirmou em entrevista coletiva após um café com jornalistas.
Durante a conversa, Maia afirmou que há grupos dentro do governo que defendem não levar adiante mais medidas de restrição de despesas.
— Não sei mais qual a política econômica do governo. Guedes mantém, não é porque tenho relação difícil que vou desqualificar, ele pensa em privatização, reformas, na PEC emergencial. Minha dúvida é se Guedes é majoritário no governo. Acho que não é. Militares defendem historicamente a ampliação de gastos. Políticos também defendem. Meu sentimento é que Paulo perdeu o comando dessas políticas desgastantes e polêmicas que podem gerar resultado no médio prazo. Minha impressão é que o governo desistiu do que é polêmico e pode tirar voto — disse Maia.
O presidente da Câmara também afirmou que pretende votar ainda em 2020 o projeto do governo que unifica os tributos PIS e Cofins na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
Ele pediu ao relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que apresente seu parecer para viabilizar a votação até a próxima semana.
— Seria uma sinalização importante para a reforma tributária — disse Maia em café da manhã com jornalistas.
O presidente da Câmara ironizou que o governo obstrui a PEC da reforma tributária por ter partido dele e disse que não faria o mesmo com o projeto do governo por concordar com o mérito.