Economia

Mais de 60% dos empresários do setor de bares e restaurantes do Rio tiveram crédito negado

Segundo pesquisa do SindRio, 20% tiveram de tomar empréstimo com parentes e amigos
Pappa Jack investe em novo espaço Foto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
Pappa Jack investe em novo espaço Foto: Bárbara Lopes / Agência O Globo

RIO — A crise gerada pela pandemia do coronavírus vem impedindo que a maior parte do setor de bares e restaurantes tenha acesso a crédito.  Levantamento  realizado pelo SindRio, o sindicato do setor no Rio, entre os dias 15 e 20 de abril, revela que 62% dos empresários do segmento tiveram seus pedidos de crédito negados. Outros 20% afirmaram que fizeram empréstimos com familiares e amigos para continuarem operando.

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A negação em novas linhas de crédito ocorre em um momento em que 46,6% dos restaurantes não têm faturamento algum. Segundo Fernando Blower, presidente do sindicato, é importante que bancos privados e públicos desburocratizem suas linhas de crédito.

O pleito também inclui benefícios de carências, e taxas incentivadas de longo prazo que podem trazer fôlego durante a crise. Segundo o presidente da Instituição, Fernando Blower, é fundamental que haja flexibilização de garantias e crédito para preparar as empresas para a retomada.

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— O processo será longo, difícil e deixará marcas. Sem ajuda não será possível. O setor de bares e restaurantes enfrenta uma crise sem precedentes. Estamos vendo empresários recorrerem a amigos e familiares para não fecharem de vez suas portas — explicou Blower.

Ele lembrou que 62,4% dos bares e restaurantes estão oferecendo delivery como forma de amenizar a crise. Porém, quase 70% deles não registraram aumento nas vendas.

— O delivery é um oxigênio para a sobrevivência desses negócios, mas não é capaz de cobrir todos os custos. Ele representa em geral 20% do faturamento, o que não é suficiente para manter funcionários e contas em dia — disse ele.