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Economia

Microcrédito começa em março, com R$ 10 bilhões disponíveis, diz presidente da Caixa

Pedro Guimarães diz que meta é oferecer crédito a 10 milhões de pessoas, mas pondera que programa não é uma transferência de renda
Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimaraes Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimaraes Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

BRASÍLIA – A Caixa Econômica Federal se prepara para começar a operar com microcrédito em condições mais acessíveis, a partir de março de 2021.

Segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, o objetivo é dar tempo para que as pessoas entendam que se trata de um empréstimo e não de uma transferência de renda do governo, como acontece com o auxílio emergencial, previsto para acabar em janeiro.

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— A partir de março a gente já deve ter aqui o microcrédito, exatamente para dar tempo para que as pessoas entendam que é um crédito e não uma transferência de renda. No crédito, há a expectativa clara de que o banco vai receber de volta —  disse Guimarães ao GLOBO.

Ele afirmou que a linha vai começar com R$ 10 bilhões, volume que pode subir dependendo da demanda. A meta, diz, é oferecer o crédito para 10 milhões de pessoas em todo o país, por intermédio do banco digital.

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A rede física da Caixa também vai funcionar como apoio para atender a população mais carente, principalmente no interior do país.

— O microcrédito já era um foco dessa gestão, mas não tinha essa plataforma digital que a gente desenvolveu com o pagamento do auxílio emergencial — explicou Guimarães, acrescentando que já f oram abertas 105 milhões de contas digitais.

Para reduzir a inadimplência, a Caixa pretende adotar o aval solidário, utilizado pelo Crediamigo do Banco do Nordeste, em que várias pessoas garantem a operação.

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O produto ainda está sendo desenhado, mas segundo Guimarães, as taxas serão competitivas e vão variar de acordo com o tipo de operação, se contará com aval solidário ou não, se foi contratada integralmente por meio digital, que tem custo reduzido, ou na rede física, agências, lotéricas e correspondentes bancários.

Ele destacou, ainda, que a Caixa atuará no microcrédito independentemente de qualquer ação do governo, porque esse nicho é pouco explorado, apesar do seu potencial de retorno financeiro.

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Guimarães também diz não ser necessário nenhum tipo de subsídio como acontece com o Pronampe, programa voltado para micro e pequenas empresas em que a União assume o risco do empréstimo.

— A Caixa fará essa operação independentemente de qualquer coisa porque é interessante para ela. Nós vamos ganhar mais clientes e esses clientes têm uma tendência de serem fiéis. Eles vão poder acessar a Caixa de maneira digital e se tiver algum problema, poderão chegar na agência, no lotérico, o que dá para o cliente uma grande tranquilidade.