BRASÍLIA — O ministro de
Minas e Energia
,
Bento Albuquerque
, disse nesta segunda-feira que o governo monitora a situação dos
mercados
e dos
preços de petróleo
, antes de tomar qualquer decisão sobre mudanças nos investimentos do setor. Ele afirmou ainda que o
Poder Executivo
prepara um instrumento para permitir maior estabilidade nos preços da
commodity
.
— O Brasil passou por crises recentes e superou essas crises sem sobressaltos na economia — disse Albuquerque.
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Ao GLOBO, o ministro afirmou ainda que o governo não tomará medidas no curto prazo.
— O momento é de monitoramento e continuamos trabalhando nos instrumentos que poderão ser aplicados no futuro. Esse trabalho vem sendo realizado desde outubro do ano passado — garantiu.
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Mais cedo, ao deixar o Palácio do Planalto, o presidente em exercício
Hamilton Mourão disse que a queda nos preços do petróleo é transitória
e que a Petrobras é que irá decidir como lidar com a situação, de acordo com sua política de preços.
Após
cair até 30% nas negociações da manhã desta segunda-feira
, o barril do tipo brent está sendo negociado por volta de US$ 35. A disputa entre Moscou e Riad pode demorar, sinalizou a
Rússia ao declarar ser capaz de suportar os preços baixos por até uma década
.
A
Bolsa de Valores de São Paulo (B3)
entrou em
circuit breaker
, que é quando o Ibovespa, seu principal índice, cai mais de 10% e as negociações são interrompidas por 30 minutos para acalmar os operadores e evitar perdas adicionais aos investidores.
— Os investimentos na cadeia de petróleo são de longo prazo e de grande vulto. Variações de curto prazo no preço do barril de petróleo não alteram as tomadas de decisão. Apenas se o preço, de fato, estabelecer-se em novo patamar é que os investimentos poderão ser reavaliados. Portanto, o momento é de monitoramento — destacou o ministro.
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Bento Albuquerque acompanha o presidente Jair Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos. Em dia de caos no mercado, o ministrro da economia, Paulo Guedes, afirmou que a equipe econômica está 'absolutamente tranquila' e defendeu as reformas econômicas como resposta aos impactos da crise do coronavírus. Nos EUA,
Bolsonaro reafirmou lealdade a Guedes
, afirmando que: "Na questão econômica, confiança acima de tudo''.
O ministro afirmou que o Brasil vem se preparando para ter instrumentos que permitam uma maior estabilidade nos preços sem interferência na liberdade de mercado, respeitando a livre negociação entre os agentes econômicos.
— O governo vem estudando um instrumento via tributos como forma de não submeter a economia, bem como a população, à volatilidade abrupta de preços, para mais ou para menos — disse ele.
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Desde outubro do ano passado, o governo vem estudando a criação de um colchão para amortizar os preços dos combustíveis no país.
— O governo segue trabalhando e encaminhará, oportunamente, proposta de suavização do impacto nos preços ao consumidor, respeitando as premissas de liberdade de preços, de livre negociação entre os agentes econômicos e de menor efeito possível sobre os cofres dos estados e da União.