Economia

Mourão afirma que Febraban e Fiesp, que lideram manifesto pela harmonia de poderes, são 'pilares da civilização'

Vice-presidente diz que há 'retórica' dos dois lados e que tempo vai distensionar situação
O vice-presidente Hamilton Mourão, durante pronunciamento no Itamaraty Foto: Evaristo Sá/AFP/12-08-2021
O vice-presidente Hamilton Mourão, durante pronunciamento no Itamaraty Foto: Evaristo Sá/AFP/12-08-2021

BRASÍLIA — O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira que entidades como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) são um "pilar da nossa civilização".

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Mourão fez o comentário ao ser perguntado pelo manifesto que está sendo capitaneado pela Fiesp , que deve contar com a assinatura de cerca de cem entidades de classe dos setores financeiro e industrial, pedindo gestos de pacificação entre os Poderes.

— A Febraban e a Fiesp, que estão liderando esse movimento, são daquelas que eu considero pilares da nossa civilização. São  entidades da sociedade civil com representatividade e que consequentemente têm que sempre fazer valer as pessoas que foram eleitas por eles, o pensamento deles, as necessidades para que haja uma harmonia maior e, vamos dizer, uma comunhão de esforços e interesses entre aqueles que são encarregador de governar, legislar e o restante da nação — disse Mourão, ao chegar no Palácio do Planalto.

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Mourão já citou em outras oportunidades uma "sociedade civil" como um dos "pilares da civilização", ao lado democracia, do Estado de Direito, do capitalismo e do pacto de gerações.

O vice-presidente afirmou que há uma "retórica" dos dois lados e que o tempo vai distensionar a situação:

— Há uma retórica, tal e coisa, daqui para lá, de lá para cá. Nós temos as nossas visões, as nossas propostas, muitas vezes entram  em choque com outras visões. Eu vejo que o tempo é o senhor da razão, vai distensionando as coisas.

A Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil ameaçam deixar a Febraban por conta do manifesto, como foi antecipado pelo colunista do GLOBO Lauro Jardim .

A eventual saída dos dois bancos da Febraban representaria uma perda de 22,5% nas receitas da principal entidade que representa o setor bancário brasileiro, de acordo com fontes com conhecimento no assunto.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o manifesto não deve sair nesta semana . Lira relatou ter conversado com Paulo Skaf, presidente da Fiesp e um dos principais idealizadores do documento, e que ficou combinado aguardar até o feriado do Sete de Setembro.