BRASÍLIA — O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira que entidades como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) são um "pilar da nossa civilização".
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Mourão fez o comentário ao ser perguntado pelo manifesto que está sendo capitaneado pela Fiesp , que deve contar com a assinatura de cerca de cem entidades de classe dos setores financeiro e industrial, pedindo gestos de pacificação entre os Poderes.
— A Febraban e a Fiesp, que estão liderando esse movimento, são daquelas que eu considero pilares da nossa civilização. São entidades da sociedade civil com representatividade e que consequentemente têm que sempre fazer valer as pessoas que foram eleitas por eles, o pensamento deles, as necessidades para que haja uma harmonia maior e, vamos dizer, uma comunhão de esforços e interesses entre aqueles que são encarregador de governar, legislar e o restante da nação — disse Mourão, ao chegar no Palácio do Planalto.
Mourão já citou em outras oportunidades uma "sociedade civil" como um dos "pilares da civilização", ao lado democracia, do Estado de Direito, do capitalismo e do pacto de gerações.
O vice-presidente afirmou que há uma "retórica" dos dois lados e que o tempo vai distensionar a situação:
— Há uma retórica, tal e coisa, daqui para lá, de lá para cá. Nós temos as nossas visões, as nossas propostas, muitas vezes entram em choque com outras visões. Eu vejo que o tempo é o senhor da razão, vai distensionando as coisas.
A Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil ameaçam deixar a Febraban por conta do manifesto, como foi antecipado pelo colunista do GLOBO Lauro Jardim .
A eventual saída dos dois bancos da Febraban representaria uma perda de 22,5% nas receitas da principal entidade que representa o setor bancário brasileiro, de acordo com fontes com conhecimento no assunto.
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o manifesto não deve sair nesta semana . Lira relatou ter conversado com Paulo Skaf, presidente da Fiesp e um dos principais idealizadores do documento, e que ficou combinado aguardar até o feriado do Sete de Setembro.