Economia

Na pandemia, brasileiros usam menos dinheiro e cheques para comprar alimentos e roupas

OMS alertou sobre risco de disseminação do vírus através do contato com as cédulas
Pessoas estão deixando de lado o pagamento em dinheiro e cheque para usar meios digitais Foto: Arquivo
Pessoas estão deixando de lado o pagamento em dinheiro e cheque para usar meios digitais Foto: Arquivo

SÃO PAULO - A pandemia do novo coronavírus acentuou uma tendência que já vinha sendo verificada: cada vez mais, as pessoas estão deixando de lado o pagamento em dinheiro e cheque para usar meios digitais.

Nos setores de alimentos e vestuário , duas das atividades mais atingidas pela crise da Covid-19, o uso do dinheiro e dos cheques para pagamentos encolheu e, em alguns casos, as notas deixaram de ser aceitas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou recentemente que, por passar em diversas mãos, o dinheiro pode ser fonte de disseminação do vírus.

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Pesquisa feita pela Cielo, empresa de pagamentos eletrônicos, em parceria com o Instituto AGP Pesquisas, mostrou que em ambos os setores, 61% dos estabelecimentos que aceitavam dinheiro reduziram a utilização desse meio.

O cheque perdeu força ou deixou de ser aceito por 15% dos estabelecimentos de alimentação e 25% dos de vestuário.

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A pesquisa mostrou que cresceu tanto no segmento de alimentos como de roupas o uso do chamado link de pagamento. Trata-se de uma ferramenta que permite efetuar uma venda sem que o cliente precise acessar o site ou ir à sua loja. Basta enviar o link por mensagem de celular ou pelas redes sociais para concluir a venda. Nos dois setores, 13% dos estabelecimentos que não usavam esse método, passaram a usá-lo com a Covid-19.

Transferência bancária, pagamento por QR Code e carteiras digitais apareceram em seguida como meios de pagamento que mais passaram a ser aceitos pelos vendedores.

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No caso da transferência bancária, 12% dos estabelecimentos do setor de alimentação não aceitavam essa modalidade antes da pandemia e passaram a aceitá-lo. No setor de vestuário, a alta foi de 8%.

Já o QR Code passou a ser aceito por 10% dos empreendedores de alimentação e 7% dos de vestuário. As carteiras digitais apresentaram um crescimento maior no setor de alimentação, 11%, e no setor de vestuário, o crescimento foi de 4%.

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A pesquisa mostrou ainda que quase 80% dos entrevistados (78% do setor de alimentação e 82% do setor de vestuário) usam ou pretendem usar o WhatsApp para realizar vendas.

Nos dois setores, a ferramenta é o principal canal de comunicação dos comerciantes com os clientes: 83% do setor de alimentação e 89% do setor de vestuário. Esta semana, o WhatsApp anunciou que o Brasil será o primeiro país a usar um serviço de pagamentos por meio do aplicativo de mensagens.


Mas a utilização do telefone para vendas segue forte: 67% dos comerciantes desses setores recorreram às ligações para fazer vendas nesse período de pandemia.

A pesquisa ouviu, em maio, 983 clientes da Cielo em todo o Brasil.