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Por Glauce Cavalcanti; Janaina Lage


Campanha da Ricahuelo com Sabrina Sato Agência O Globo — Foto:
Campanha da Ricahuelo com Sabrina Sato Agência O Globo — Foto:

RIO - O consumidor deu uma guinada em seus hábitos de compra. Deixou para trás pijamas e moletons do home office e começa a renovar o guarda-roupa com peças para a volta ao convívio e ao trabalho presencial, como blazers e vestidos. Elio Silva, diretor executivo de Canais e Marketing da Riachuelo, diz que em uma retomada com inflação de dois dígitos, a cliente busca peças de alto valor, que aliem qualidade e durabilidade, e prazo mais longo de pagamento.

A varejista tem expectativa alta para o Dia das Mães, com campanha estrelada por Sabrina Sato, defendendo que as mulheres devem “vestir seus sonhos”. Assim como em outros períodos após grandes crises, a moda aposta em cores mais fortes, para mudar o ânimo do consumidor.

Qual é a expectativa para o Dia das Mães? Como chegaram ao nome da Sabrina Sato para estrelar a campanha?

A expectativa é alta com as pessoas voltando para a vida normal. Se o mercado viveu altos e baixos (durante a pandemia), a moda tinha ficado mais tempo sofrendo os efeitos da restrição de consumo. A venda vem muito forte. A ideia da Sabrina veio alinhada com o conceito da campanha, que é “vista seus sonhos”.

O que a gente percebeu, em uma pesquisa com nossas consumidoras, foi o desejo de voltar a ter a vida como antes, claro que considerando tudo que a gente viveu, mas de retomar a rotina e os sonhos.

E percebemos que as pessoas perderam um pouquinho a capacidade de sonhar. Decidimos trazer mães que, além de serem mães, também têm os próprios sonhos. A Sabrina, além de ser mãe dedicada e estar sempre com a filha, é uma mulher que acabou de fazer dois desfiles em duas escolas de samba, no Rio e em São Paulo, é apresentadora do (programa) Saia Justa (do GNT), uma mãe que vive outras facetas, não só aquela tradicional retratada nas campanhas.

Havia muita especulação sobre o que seria o consumo de moda pós-pandemia. O que mudou?

Primeiro, as pessoas ficaram em casas e houve um boom de roupas confortáveis. O que vendia mais? Pijama, moletom, roupa versátil. As pessoas viram como é muito mais fácil consumir através dos canais digitais. A Riachuelo já tinha começado a investir antes da pandemia e isso nos ajudou nos momentos mais graves.

Antes, as pessoas tinham resistência de comprar remotamente pela questão do acabamento, de tecidos, toque, caimento. Agora estão em nova fase, voltaram a consumir moda e com mais informação: peças de alfaiataria, jeans, maquiagem, peças para estar com outras pessoas, no trabalho ou em encontros sociais, para voltar à convivência. Adaptamos nossas coleções: tem mais vestido, alfaiataria, tecidos. É uma volta forte desse consumo.

Mas a retomada ocorre com inflação de dois dígitos...

O consumidor está mais consciente do que é valor. Uma coisa é comprar uma peça barata e outra é comprar uma de alto valor, que dura mais tempo, tem mais qualidade em design e performance. Não precisa entrar naquele consumismo do fast-fashion, de comprar peças a cada dois meses. A inflação no setor é muito elevada, desde a matéria-prima, passando pelos processos fabris, alta do dólar.

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É claro que a gente busca equilibrar isso e não repassar 100% o que a gente sofre de inflação, até usando nossa escala e poder de negociação, mas o principal foco é trazer peças que o consumidor vai ter por longo tempo. Com isso, tentamos equilibrar o impacto na renda e a natural renovação do armário pela necessidade de voltar às atividades do dia a dia.

A gente chamou o Renato Kherlakian (fundador da Zoomp e da RK Denim) para desenhar as peças de uma coleção de jeans premium, que pode chegar a R$ 195 a R$ 200, com tecidos de alta performance. É uma calça que vai durar a vida inteira. Melhor ter uma peça dessas do que uma mais barata, que vai durar menos.

Elio Silva, Diretor Executivo de Canais e Marketing da Riachuelo Divulgação — Foto:
Elio Silva, Diretor Executivo de Canais e Marketing da Riachuelo Divulgação — Foto:

Mas como fica o pagamento? Ampliaram prazo?

A Riachuelo vem trabalhando o aumento do prazo de pagamento, em até dez vezes sem juros. Estamos criando mais facilidade e encaixando dentro do orçamento. Antes eram cinco vezes sem juros.

Com o dólar alto, estão usando mais produção local?

A nossa indústria supre entre 65% e 70% do que a gente vende e desenvolve. Houve o momento da falta de contêineres no mercado mundial. Quem depende de importação sofreu muito no Brasil. Algumas empresas tiveram muitos problemas na cadeia de suprimento. A gente sofreu menos pela menor dependência, mas todo mundo viu.

Faltou renda com lycra para acabamento de lingerie para o mercado inteiro. Cada empresa vai se adaptando para desenvolver peças que dependam menos desses itens. A gente tem capacidade fabril muito grande e de adaptação.

Como manter o cliente conquistado em canais digitais na pandemia?

A consumidora se arrisca a primeira vez (na compra digital), faz um teste. Se precisar trocar, pode ser em qualquer loja ou canal digital. A partir da experiência positiva, faz novas compras. E usa mais canais. Você vê cada vez mais pessoas na loja com o aplicativo ligado.

A cliente entra na loja, seleciona peças, lê o QR Code, entra no site e começa a fazer a compra. Ela experimenta o produto e monta a cesta digital. Não precisa carregar peças ou passar no caixa.

Como fica a questão do conforto pós-pandemia? O salto alto voltou?

A gente tem grupos permanentes de consumidores que vão dando para a gente essa nova necessidade. Se você for em qualquer loja de moda vai ver duas coisas muito fortes: blazers e vestidos. Ninguém comprava blazer para ficar em casa, tinha quase sido riscado do armário. Na Riachuelo, voltou forte como peça coringa para o inverno, com várias cores.

Essa é outra característica do mundo da moda. Toda vez que você passa por um período de crise, depressão, no momento seguinte a moda vem muito mais colorida, trazendo vitalidade. Se olhar nossa coleção, vê cores fortes, vibrantes, isso melhora o mood das pessoas.

Quanto ao salto alto, um item chave da moda de inverno é a bota tratorada. Não é super confortável, mas é mais confortável do que a de salto fino alto.

As mulheres estão em uma equação com um pouco menos de conforto e um pouco mais de estilo. Então a coleção de Dia das Mães tem itens para combinar entre si, para caber no bolso, blazers, bota tratorada, tecidos mais nobres, como viscose, algodão.

Na pandemia, vocês anunciaram uso de estoques, uma vantagem competitiva. Agora têm falado em refugo da produção em novas fibras. Como estão estes projetos?

Com a coleção de verão, a gente fez esse trabalho de se reinventar, foi um trabalho forte do time de estilo de descobrir o que cada um queria passar naquele momento, algo mais introspectivo. Usamos muito do estoque da fábrica. A gente assinou um projeto nessa linha de reaproveitamento de fibras.

Algo que se fala muito, mas há poucos projetos com escala. Vai desde desfibrilar a peça pronta até fazer customizações e reaproveitamento de peças existentes. Estamos desenvolvendo tecnologia para reaproveitar as fibras.

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