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ANTT suspende todas as linhas da viação Itapemirim

Empresa poderá fazer viagens para passagens já vendidas por até 30 dias. Companhia precisa entregar aditivo ao plano de recuperação judicial hoje
Ônibus da Viação Itapemirim: se empresa não entregar aditivo ao plano de recuperação judicial nesta quarta, juiz vai decretar sua falência Foto: Arquivo
Ônibus da Viação Itapemirim: se empresa não entregar aditivo ao plano de recuperação judicial nesta quarta, juiz vai decretar sua falência Foto: Arquivo

SÃO PAULO — Em mais um revés para a Viação Itapemirim , a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) anunciou nesta quarta-feira a suspensão de todas as linhas da empresa de ônibus.

A Itapemirim, que está em recuperação judicial, conseguiu escapar da falência nesta quarta ao apresentar no último dia de prazo uma proposta de novo plano de recuperação, que ainda terá de ser votada pelos credores , informou a coluna Capital, do GLOBO.

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A portaria da ANTT é uma medida cautelar (provisória) tomada pelo superintentente de Fiscalização de Serviços de Transporte Rodoviário de Cargas e Passageiros da agência, Felipe Ricardo da Costa Freitas.

A decisão, publicada no Diário Oficial da União, vale até que haja decisão do mérito sobre irregularidades da situação da empresa e de seus ônibus.

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Rotas que partem de Rio e SP

O texto permite qua a Itapemirim realize viagens com passagens já vendidas por 30 dias, contados a partir desta quarta-feira. Em 31 de março, a ANTT já havia suspendido a maioria das linhas regulares da empresa, mas manteve 26 delas, incluindo rotas que partem de São Paulo e Rio de Janeiro para capitais de estados do Nordeste como Fortaleza, São Luis e Aracaju.

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Em nota, a Itapemirim afirmou que respeita a decisão da ANTT e que "está adotando as medidas cabíveis". A empresa acrescentou que "cumpre rigorosamente todas as normas dos órgãos reguladores do transporte rodoviário e mantém sua linha de atuação, buscando sempre o atendimento de qualidade aos seus clientes".

Uma das empresas de ônibus mais tradicionais do país, a Itapemirim não tem pago salários de funcionários nem cumprido seu plano de recuperação judicial. Somente sua dívida fiscal supera os R$ 2 bilhões.

A viação é controlada atualmente pelo empresário Sidnei Piva, que foi afastado da gestão da empresa pela Justiça após questionamentos de credores por, entre outras medidas, supostamente desviar recursos dela para financiar a criação da linha aérea Itapemirim Transportes Aéreos (ITA).

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Bens bloqueados

Na última segunda-feira, Piva teve seus bens bloqueados pela Justiça, sob suspeita de dilapidação do patrimônio da Itapemirim.

Na semana passada, foi anunciado que a empresa foi vendida à Baufaker Consulting, localizada em um coworking em Taquaritinga, em Brasília, em transação que tem sido questionada pela administradora judicial da recuperação judicial da Itapemirim, a EXM Partners.

Desde o último dia 13 de abril, a Itapemirim está sem presidente porque o executivo que assumiu o cargo quando Piva fora afastado, Florisvaldo Hidinik, entregou o posto sem ser substituído.

A ITA operou por seis meses no segundo semestre do ano passado e colapsou em 17 de dezembro por dívidas com fornecedores e funcionários. Seu passivo chega a R$ 180 milhões.