NOVA YORK — O investimento do megainvestidor Warren Buffet no Nubank já supera em muito os US$ 500 milhões aportados em meados do ano passado.
Em documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador do mercado americano, o bilionário informou que fez nova aquisição de ações do banco digital brasileiro no quarto trimestre e que sua fatia já vale US$ 1 bilhão.
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O investimento no Nubank foi feito por sua empresa de participações, a Berkshire Hathaway. O primeiro aporte, de US$ 500 milhões, foi anunciado em junho de 2021, ainda antes de a fintech abrir capital na Bolsa de Nova York.
Em 31 de dezembro, data a que se refere o documento enviado à SEC, Buffet detinha 2,3% do Nubank. Naquela data, o valor de sua participação havia dobrado.
Em valores atualizados, pela cotação do fechamento da ação da Bolsa de Nova York na quarta-feira, de US$ 9,05, a fatia do megainvestidor vale US$ 969 milhões.
Participação na Stone
Os registros encaminhados ao regulador dos EUA também mostram que o bilionário possuía 10.695.448 ações da Stone ao final do ano passado, correspondente a 3,46% do capital total.
A participação vale US$ 131,8 milhões, pela cotação de fechamento do papel da empresa brasileira de pagamentos ontem (US$ 12,32) na Nasdaq, em Nova York, onde está listada.
Paralelamente, a Berkshire está reduzindo os investimentos em ativos financeiros mais tradicionais. No mesmo documento protocolado junto à SEC, a empresa anunciou que vendeu US$ 1,6 bilhão e US$ 1,3 bilhão em ações da Visa e da Mastercard, respectivamente.
Buffet entrou no capital do Nubank meses antes de o banco digital brasileiro abrir capital, em dezembro do ano passado. Na época, a fintech brasileira anunciou que esse havia sido o maior investimento individual que já havia recebido.
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Um dos pontos curiosos da aposta de Buffet no Nubank é que o banco digital permite que os usuários coloquem dinheiro em um fundo negociado em bolsa (ETF) de bitcoin, um tipo de investimento pelo qual Buffet demonstrava certo desprezo.
O perfil dos investimentos do megainvestidor indica um maior interesse de Buffett nas fintechs e uma mudança em relação às criptomoedas.
Visão sobre criptomoedas
Isso porque o presidente e CEO da Berkshire, conhecido como “oráculo de Omaha”, chegou a chamar, no passado, a criptomoeda de “veneno de rato” e um ativo improdutivo que “não tem valor único”.
Os comentários de Buffet foram feitos no início de maio de 2018, quando o bitcoin estava sendo negociado a cerca de US$ 9 mil depois de cair de seu pico de US$ 20 mil, registrado em dezembro de 2017. A moeda digital passou de US$ 60 mil em 2021.
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Charlie Munger, parceiro de longa data de Buffett e vice-presidente da Berkshire Hathaway, também dificilmente se esquiva de expressar suas opiniões fortes sobre criptomoedas.
Munger afirmou recentemente que desejava que a moeda digital “nunca tivesse sido inventada” e até indicou que não gostaria que nenhum comerciante de criptomoedas se casasse com sua família.