Na transição energética que o mundo tenta acelerar, um mineral tem sido apontado como essencial para deixar as emissões de carbono dos combustíveis fósseis para trás: o lítio.
Uma das principais matérias-primas para a produção de baterias para veículos elétricos e usinas de energia eólica e solar, o mineral virou objeto de uma corrida internacional. Com reserva estimada em 8% do total mundial, a terceira maior do planeta, o Brasil pode assumir um papel importante nesse processo e atrair investimentos bilionários, de mineradoras a montadoras, apontam especialistas.
![Interesse em alta — Foto: Infografia](https://s2-oglobo.glbimg.com/8dWLiPm4oUktuGEljzobqZtrbig=/0x0:648x702/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/N/a/iaPpypRc6AL5wVQKlKOQ/litio-site-1.jpg)
Líder da gigante americana de carros elétricos Tesla, o bilionário Elon Musk, que recentemente visitou o Brasil, chegou a dizer que ter direito ao refino de lítio hoje é como ter uma “máquina de fazer dinheiro”. Com o crescimento acelerado da produção e da venda de automóveis elétricos no mundo, a cotação internacional do lítio disparou. Só entre janeiro e outubro deste ano, subiu mais de 100% e chegou a novembro a US$ 80 mil por tonelada, um recorde histórico. Com demanda acima da oferta, a tendência é de alta, enquanto novas jazidas não entram em operação.
No Brasil, 417 pedidos de pesquisa de lítio foram apresentados à Agência Nacional de Mineração (ANM) somente este ano, mais que todos os 317 registrados entre 2017 e 2021. As autorizações já somam 229 em vários estados, segundo a ANM. Os investimentos até 2030 na produção do minério são estimados em R$ 15 bilhões pelo Ministério de Minas e Energia.
![Brasil está entre os países com maior potencial de mineração de lítio — Foto: Infografia](https://s2-oglobo.glbimg.com/7MtzCW9MEUm0mW8pM5jQ98igcKI=/0x348:648x577/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/M/X/CBjxuER0CCo9URJRixng/litio-site-2.jpg)
![No Brasil, interesse pela mineração de lítio disparou — Foto: Infografia](https://s2-oglobo.glbimg.com/zZIBsCf9dhDhaCuXNyk5qiePhDQ=/0x0:648x721/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/j/Z/0FrVJ4RFO2VuH4WuUBmA/litio-site-3.jpg)
A Rio Tinto Desenvolvimento Minerais, braço do conglomerado de mineração anglo-australiana, por exemplo, apresentou pedidos para pesquisar em três municípios da Bahia. As principais reservas conhecidas estão no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, onde atua a Companhia Brasileira de Lítio (CBL), pioneira no Brasil.
A canadense Sigma é uma das mais recentes interessadas no lítio brasileiro. Já investiu R$ 1,2 bilhão no Jequitinhonha. Em parceria com o conglomerado japonês Mitsui, vai produzir o hidróxido de lítio — segunda etapa da produção, após a mineração bruta — para exportar para Coreia do Sul, Canadá, EUA e Japão, cujos fabricantes de baterias concorrem com as da China, que domina o setor.
— É a oportunidade da década. O Brasil é imbatível e pode chegar a líder absoluto não só para lítio como para os outros minerais estratégicos para a transição energética, como níquel, cobalto, cobre e manganês — diz a empresária Ana Cabral-Gardner, CEO da Sigma no Brasil.
![Unidade canadense Sigma no Vale do Jequitinhonha, onde a mineração de lítio já recebeu R$1,2 bilhão em investimentos — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/A27ampAENhRxwxz3dURU0xg5P3s=/0x0:1280x853/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/H/3/3UT8AUTXqFHRCi0gyuvw/img-20221120-wa0047.jpg)
A CBL fornece lítio atualmente para fábricas de graxas, lubrificantes e medicamentos. Tem a única mina subterrânea do mundo e produz 40 mil toneladas por ano, dois terços disso exportados para países como a China. Produz ainda 1,5 mil toneladas de carbonato de lítio e manda 20% para o exterior. Segundo o CEO Vinicius Alvarenga, a empresa está investindo em tecnologia para aumentar a produtividade nos próximos dois anos. Toda a tecnologia para o beneficiamento do lítio foi desenvolvida na empresa.
![Onde está a produção? — Foto: Infografia](https://s2-oglobo.glbimg.com/kjnjaLcYl1AVyr9LNA-aXTNlxls=/0x0:648x585/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/7/j/j6d4UNQgKDRzAcmAvsMQ/litio-site-4.jpg)
— Suprimos todo o mercado doméstico e ainda exportamos. Hoje, o país não tem uma política de Estado para um material tão estratégico como o lítio, na contramão de outros países como EUA e União Europeia — observa Alvarenga.
Exportação irrestrita
Em julho passado, o governo liberou a exportação de lítio, eliminando aval da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Desde a década de 1970, o mineral era usado em reatores nucleares. A mudança atraiu mineradoras, mas Elaine Santos, pesquisadora do USP Cidades Globais, do Instituto de Estudos Avançados (IEA), vê riscos para o país:
— A abertura retira do país o poder de considerar o lítio estratégico, deixa apenas para o mercado o poder de regulação. Muitos países, mesmo os mais capitalistas, mantêm reserva de mercado em setores considerados estratégicos, como tecnologia e segurança nacional, como é o caso do lítio.
![Tesla, fabricante de veículos elétricos do bilionário Elon Musk é grande consumidora de baterias feitas com lítio — Foto: AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/tBcZ6UhzfcBjTwGWsPzFgIF5TMI=/0x0:1086x652/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/F/y/0n7ke8Q7GGItDB3Qcnzw/tesla.jpg)
No início deste mês, o Canadá decidiu proteger suas reservas de lítio e determinou o desinvestimento no país de três grandes empresas chinesas.
O lítio é abundante na natureza, mas a exploração é concentrada em poucos países por causa da dificuldade e custo de extração. As minas efetivamente lavráveis são insuficientes para a demanda. A Austrália responde por 55% da produção mundial. O Brasil é o quinto produtor, atrás de Austrália, Chile, China e Argentina. Estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), de 2016, sinaliza que as reservas lavráveis de lítio no país podem ser revistas drasticamente e superar 1 milhão de toneladas. Estão em curso estudos de prospecção em Rio Grande do Norte, Paraíba, Tocantins, Bahia e Ceará.
Pureza acima de 99%
Mas a joia da coroa é o Vale do Jequitinhonha, em Minas, uma das regiões mais pobres do país que pode se beneficiar da valorização do lítio. Além da Sigma e da CBL, outras duas mineradoras planejam se instalar na área. Na região de São João Del Rei, a AMG Mineração, que opera em dez países, fechou recentemente um contrato de venda antecipada de 200 mil toneladas de lítio para os próximos cinco anos.
— O Brasil deve chegar a 2030 produzindo 100 mil toneladas de carbonato de lítio equivalente (LCE), para uma demanda mundial de 2,3 milhões de toneladas — afirma Márcio José Remédio, diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB/CPRM.
Imagens mostram como vão operar os 'carros elétricos' que podem tomar os céus do Brasil a partir de 2025
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![O eVTOL demandará uma infraestrutura bem mais simples que a necessária para os aviões nos aeroportos. A decolagem é vertical, como helicópteros e drones, dispensando longas pistas. Com a vantagem de o motor elétrico ser bem mais silencioso que o dos helicópteros, que ganharão forte concorrenteReprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/6YxUe9bDnyOQbV-I3vyDB-Xo6ro=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/r/S/sxtKBfSSKGAiB3VhDmlQ/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-15-13-1629046901476.jpg)
O eVTOL demandará uma infraestrutura bem mais simples que a necessária para os aviões nos aeroportos. A decolagem é vertical, como helicópteros e drones, dispensando longas pistas. Com a vantagem de o motor elétrico ser bem mais silencioso que o dos helicópteros, que ganharão forte concorrenteReprodução
![Simulação de voo do modelo de eVTOL da alemã Lilium, que a Azul quer trazer ao Brasil a partir de 2025 para trajetos curtos, como Rio-Búzios ou São Paulo-Guarujá Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/YjWDSrreoljB46hGK0P1i6GQjmM=/0x0:5000x3320/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/x/P/6IO5chR6e9FofFb158Mw/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-15-13-1629044827344.jpg)
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Simulação de voo do modelo de eVTOL da alemã Lilium, que a Azul quer trazer ao Brasil a partir de 2025 para trajetos curtos, como Rio-Búzios ou São Paulo-Guarujá Divulgação
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![Azul firmou parceria com a alemã Lilium para trazer ao país 220 carros voadores a partir de 2025. Os modelos elétricos têm autonomia de 200 quilômetros entre uma recarga e outra Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/qAmxCG1_1xgWPlhDKTiNETMyj80=/0x0:2621x1668/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/U/t/noTFWhQkeSkGEeTBBxdg/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-14-17-1629044889040.jpg)
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Azul firmou parceria com a alemã Lilium para trazer ao país 220 carros voadores a partir de 2025. Os modelos elétricos têm autonomia de 200 quilômetros entre uma recarga e outra Divulgação
![A start-up alemã Lilium desenvolve o carro elétrico que a Azul quer trazer para o país: fabricante tem um dos cerca de 140 projetos do gênero em desenvolvimento no mundoDivulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/MkGID_Sf9ZNSZCV-YK-0U0aWrLo=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/P/e/GWAWR3RHmL6IyjiUHReg/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-15-13-1629046246818.jpg)
A start-up alemã Lilium desenvolve o carro elétrico que a Azul quer trazer para o país: fabricante tem um dos cerca de 140 projetos do gênero em desenvolvimento no mundoDivulgação
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![A Azul avalia que esse tipo de aeronave elétrica terá um custo baixo para os passageiros, ampliando o acesso a voos curtos a quem hoje não pode pagar por uma viagem de helicóptero Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/kExmPUp989CiwQMoYdKNcIqv_E0=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/c/G/imlvNKSGKWF1D0JZ7lVA/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-14-17-1628972136710.jpg)
A Azul avalia que esse tipo de aeronave elétrica terá um custo baixo para os passageiros, ampliando o acesso a voos curtos a quem hoje não pode pagar por uma viagem de helicóptero Divulgação
![O interior do Lilium parece confortável e parece uma mistura de avião com automóvel: cabem seis passageiros e um piloto. E há ainda um compartimento para bagagens a bordoDivulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/EaZZz4FoXjULSb_T7mwZuRC94WM=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/B/2/NKJUCGSQm76pYJj7N0mQ/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-15-13-1629046713503.jpg)
O interior do Lilium parece confortável e parece uma mistura de avião com automóvel: cabem seis passageiros e um piloto. E há ainda um compartimento para bagagens a bordoDivulgação
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![Azul aposta nesse tipo de veículo voador para abrir um novo nicho de mercado. O desafio será certificar o novo modal e garantir a segurança dos passageiros. Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/JScAKt7qAmnxveSoD1PZLUVY2eE=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/C/W/XeBwhcQximbgMHA4wxnQ/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-14-17-1628971973350.jpg)
Azul aposta nesse tipo de veículo voador para abrir um novo nicho de mercado. O desafio será certificar o novo modal e garantir a segurança dos passageiros. Divulgação
![Simulação de embarque no Lilium, veículo voador elétrico que tem capacidade para seis passageiros e um piloto. Decolagem é vertical, como os helicópteros. Azul quer operá-los no Brasil a partir de 2025 para voos curtos, como entre São Paulo e Guarujá ou Rio e Paraty. Reprodução/Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/B3LBc0_2f6icDaozBXMOe8i7X-Q=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/x/b/F4BPRhQHCjvdzoosKh7Q/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-14-22-1628991993941.jpg)
Simulação de embarque no Lilium, veículo voador elétrico que tem capacidade para seis passageiros e um piloto. Decolagem é vertical, como os helicópteros. Azul quer operá-los no Brasil a partir de 2025 para voos curtos, como entre São Paulo e Guarujá ou Rio e Paraty. Reprodução/Divulgação
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![Carro voador da Lilium tem autonomia de 200 quilômetros, a maior entre os concorrentes. Será ideal para substituir viagens de carro de curta distância. Um carioca poderá chegar a Búzios em minutos, por exemplo, para um fim de semana no balneário. Nada mal sobrevoar os engarrafamentos enquanto os motoristas padecem lá embaixo.Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/QrW6Ao-ZmnTifgFAOXOf4cHP_oE=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/b/k/J8wsR4RNKP6FIrXkrnBA/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-15-13-1629046450326.jpg)
Carro voador da Lilium tem autonomia de 200 quilômetros, a maior entre os concorrentes. Será ideal para substituir viagens de carro de curta distância. Um carioca poderá chegar a Búzios em minutos, por exemplo, para um fim de semana no balneário. Nada mal sobrevoar os engarrafamentos enquanto os motoristas padecem lá embaixo.Reprodução
![Ainda em fase de testes, o eVTOL da Lilium tem um desafio para a frente: a certificação para poder voar comercialmente. Por isso a aliança com uma companhia aérea como a Azul faz sentido agora: a experiência de quem já sabe certificar aviões pode ajudar a enfrentar uma regulação num modal de transporte totalmente novo Divulgação/Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/gv0n8VnVHQSRNVImhm20Kegk17E=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/4/S/5TZYm7SsWKI0Ynh5Mxmg/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2021-8-15-13-1629046581814.jpg)
Ainda em fase de testes, o eVTOL da Lilium tem um desafio para a frente: a certificação para poder voar comercialmente. Por isso a aliança com uma companhia aérea como a Azul faz sentido agora: a experiência de quem já sabe certificar aviões pode ajudar a enfrentar uma regulação num modal de transporte totalmente novo Divulgação/Reprodução
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Ele explica que as maiores reservas do mundo estão em salares (desertos de sal), onde há riscos ambientais. O Brasil retira o lítio de pegmatitos (rochas), o que lhe dá vantagem competitiva. Além disso, segundo Rossandro Ramos, professor de Estratégia de Inovação e Gestão de Tecnologia da UFRJ e especialista em lítio, a matéria-prima brasileira tem o chamado “grau bateria”, com pureza acima de 99%.
— A extração é a céu aberto ou de minas subterrâneas e o processo é mecânico. A grosso modo, as pedras são quebradas até virarem um pó fino — diz.
Nas baterias e acumuladores de energia eólica e solar, o mineral é crucial para o desempenho, a longevidade e a densidade energética. Para o coordenador acadêmico dos Cursos Automotivos da FGV, Antônio Jorge Martins, o lítio é uma grande chance de o Brasil ir além da mineração e se inserir na cadeia global de fornecimento da indústria automotiva, cada vez mais voltada para os motores elétricos.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, concorda que o Brasil pode atrair montadoras com o lítio:
— Exportar commodities não pode ser prioridade do país. Temos que trabalhar pela instalação de indústrias. O que se estabelecer agora vai ficar nos próximos dez, quinze anos.
A BYD, uma das gigantes chinesas do mercado automotivo, firmou um acordo com o governo da Bahia para investir R$ 3 bilhões em um centro de produção de veículos e três novas linhas de montagem em Camaçari. A argentina Bravo Motor Company (BMC), em parceria com a gigante americana Rockwell Automation, estuda um grande complexo de mobilidade elétrica em Nova Lima (MG), com investimentos de US$ 4 bilhões (R$ 21,5 bilhões).